Ministro do STF revela que ex-presidente tentou violar monitoramento eletrônico para escapar.
22 de Novembro de 2025 às 11h54

Bolsonaro tentou romper tornozeleira eletrônica e fugir, diz Moraes em decisão

Ministro do STF revela que ex-presidente tentou violar monitoramento eletrônico para escapar.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria tentado romper a tornozeleira eletrônica que usava, conforme revelado na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou sua prisão preventiva na manhã deste sábado.

Na decisão, Moraes afirma que a informação indica a intenção de Bolsonaro de garantir sucesso em uma possível fuga, facilitada pela confusão gerada por uma manifestação convocada por seu filho, Flávio Bolsonaro, deputado federal pelo PL-RJ.

O alerta sobre a violação do equipamento de monitoramento foi emitido pelo Centro de Integração de Monitoramento Integrada do Distrito Federal, que notificou o STF sobre a ocorrência. Segundo o magistrado, a tentativa de rompimento da tornozeleira ocorreu por volta das 0h08 do dia 22 de novembro de 2025.

“A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, escreveu Moraes em sua decisão.

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Além disso, o ministro destacou a repetição do modus operandi de convocar apoiadores para causar tumulto, o que poderia servir aos interesses pessoais criminosos de Bolsonaro. Ele também mencionou a possibilidade de fuga para embaixadas próximas à residência do ex-presidente.

A prisão de Bolsonaro foi solicitada pela Polícia Federal, que alegou risco de fuga e a necessidade de garantir a ordem pública. A decisão de Moraes ocorre após Flávio Bolsonaro convocar uma vigília em frente ao condomínio onde o pai estava detido.

Em setembro deste ano, Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa na tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no poder. A prisão preventiva decretada neste sábado ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão.

A condenação de Bolsonaro é um marco histórico, sendo a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é penalizado por tentativa de golpe de Estado. Além dele, outros ex-integrantes de seu governo também enfrentam penas severas, como Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), condenado a 16 anos e um mês, e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, que recebeu 19 anos de prisão.

O ex-presidente permanece sob vigilância, e as autoridades continuam a monitorar sua situação, dada a gravidade das acusações e o histórico de tentativas de evasão.

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