Dados do Índice de Atividade Econômica revelam retração consecutiva; analistas esperam crescimento moderado em 2026.
15 de Dezembro de 2025 às 09h31

Banco Central divulga queda de 0,2% na prévia do PIB em outubro de 2025

Dados do Índice de Atividade Econômica revelam retração consecutiva; analistas esperam crescimento moderado em 2026.

O Banco Central do Brasil (BC) anunciou nesta segunda-feira (15) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma queda de 0,2% em outubro em comparação ao mês anterior. Este é o segundo mês consecutivo de retração, já que em setembro também houve uma diminuição de 0,2% no indicador, que é ajustado sazonalmente.

Na comparação com outubro de 2024, o IBC-Br apresentou um crescimento de 0,4%. No acumulado dos últimos 12 meses até outubro, a alta foi de 2,5%. Para o ano de 2025, o indicador mostra um aumento de 2,4%, sem considerar ajustes sazonais.

Os dados revelam que, no setor agropecuário, houve um crescimento de 3,1%. Por outro lado, a indústria teve uma queda de 0,7% e os serviços apresentaram uma retração de 0,2% no mesmo período. Esses números indicam um desempenho misto entre os setores produtivos da economia brasileira.

O IBC-Br é uma ferramenta importante utilizada pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país, a Selic. A taxa Selic, atualmente fixada em 15% ao ano, é um dos principais instrumentos de política monetária do BC para controlar a inflação. A expectativa é que a taxa permaneça nesse patamar elevado por um período prolongado, com cortes sendo previstos apenas para 2026.

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Os analistas do mercado financeiro projetam um crescimento do PIB de 2,25% para o ano de 2026, o que representa uma desaceleração em relação ao ano anterior, quando a expectativa era de 3,4%. Essa desaceleração já era esperada, considerando o cenário de juros altos que visa conter as pressões inflacionárias.

O PIB, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é um indicador fundamental para medir a evolução da economia. Um crescimento do PIB sugere uma economia em expansão, enquanto uma queda indica um encolhimento da produção econômica.

O Banco Central tem enfatizado que a desaceleração da atividade econômica é um componente necessário para alcançar a meta de inflação de 3%. Em comunicado recente, a instituição afirmou que o chamado "hiato do produto" permanece positivo, indicando que a economia ainda opera acima de seu potencial de crescimento sem gerar pressões inflacionárias.

Os resultados do IBC-Br, embora considerados uma prévia do PIB, utilizam uma metodologia diferente daquela aplicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBC-Br inclui estimativas para a agropecuária, indústria e serviços, mas não leva em conta o lado da demanda, que é considerado no cálculo do PIB pelo IBGE.

Os dados divulgados pelo Banco Central são fundamentais para a análise do desempenho econômico do Brasil e para a formulação de políticas monetárias adequadas. O acompanhamento contínuo desses indicadores é essencial para entender a dinâmica da economia brasileira e suas perspectivas futuras.

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