O primeiro-ministro Anthony Albanese anunciou medidas para reforçar o controle de armas após ataque durante celebração judaica.
15 de Dezembro de 2025 às 12h57

Austrália endurece leis sobre armas após atentado que deixou 16 mortos em Sydney

O primeiro-ministro Anthony Albanese anunciou medidas para reforçar o controle de armas após ataque durante celebração judaica.

O governo australiano anunciou nesta segunda-feira (15) que irá endurecer as leis sobre o porte de armas, em resposta ao atentado que deixou 16 mortos, incluindo um dos suspeitos, durante uma celebração judaica na praia de Bondi, em Sydney. O ataque, que ocorreu no último domingo (14), também deixou pelo menos 42 feridos.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, convocou uma reunião com os governadores dos estados e territórios do país para discutir a necessidade de reforçar a legislação sobre armas. Albanese afirmou que o governo pretende criar um registro nacional de armas de fogo e aumentar a regulamentação sobre a posse e licenciamento de armas.

“As pessoas podem ser radicalizadas ao longo do tempo. Licenças não devem ser perpétuas”, declarou Albanese, enfatizando a importância de um controle mais rigoroso sobre as armas em território australiano.

O ataque foi perpetrado por uma dupla de pai e filho, identificados como Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24 anos. Sajid foi morto no local pela polícia, enquanto Naveed foi preso e permanece hospitalizado em estado crítico. As autoridades australianas investigam se os suspeitos tinham vínculos com grupos extremistas, como o Estado Islâmico.

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Durante o ataque, que durou cerca de dez minutos, os atiradores dispararam contra a multidão que participava da celebração do Hanukkah, a festa judaica das luzes, que atraía cerca de mil pessoas à praia. Entre os mortos estão uma menina de 10 anos, um sobrevivente do Holocausto e um rabino.

O ministro do Interior, Tony Burke, informou que Sajid chegou à Austrália em 1998 com visto de estudante, enquanto seu filho é cidadão australiano por nascimento. A polícia ainda não revelou detalhes sobre as armas utilizadas no ataque, mas vídeos mostram os atiradores usando rifles de ferrolho e espingardas.

Após o ataque, bandeiras do grupo terrorista Estado Islâmico foram encontradas no veículo dos atiradores, segundo informações da emissora ABC News. O atentado foi amplamente condenado por líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da França, Emmanuel Macron.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou que o apoio da Austrália ao reconhecimento do Estado palestino poderia alimentar o antissemitismo. Em agosto, o governo australiano acusou o Irã de estar por trás de uma onda de ataques antissemitas no país.

O ataque em Sydney é considerado o mais grave na Austrália em quase 30 anos, desde o massacre de Port Arthur, em 1996, que resultou na morte de 35 pessoas e levou a reformas significativas nas leis de controle de armas no país.

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