CPI do Crime Organizado ouve ex-governador Anthony Garotinho nesta terça-feira
A CPI investiga a infiltração do crime organizado no Rio de Janeiro e conta com depoimento de Garotinho, ex-secretário de Segurança.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado realiza nesta terça-feira, 16 de dezembro, a partir das 14h, a oitiva do ex-governador do Rio de Janeiro e ex-secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho. O convite foi feito pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que acredita que a experiência de Garotinho na área de segurança pode contribuir para a investigação sobre a atuação de organizações criminosas no estado.
De acordo com Vieira, Garotinho possui “conhecimento qualificado sobre a dinâmica de atuação do crime organizado e suas possíveis conexões com agentes públicos”. O relator argumenta que a contribuição do ex-governador é essencial para aprofundar a compreensão sobre os mecanismos de infiltração do crime organizado nas estruturas estatais, o que pode auxiliar na construção de um diagnóstico preciso sobre a gravidade do fenômeno.
A CPI do Crime Organizado foi instalada no Senado com o objetivo de apurar a atuação de facções criminosas, suas formas de financiamento e eventuais vínculos com o poder público. O depoimento de Garotinho faz parte de uma série de oitivas programadas com autoridades e ex-gestores públicos que têm experiência na área de segurança.
O evento será interativo, permitindo que cidadãos enviem perguntas e comentários por meio do telefone da Ouvidoria do Senado ou pelo Portal e-Cidadania. As contribuições do público poderão ser lidas e respondidas ao vivo durante a sessão.
A CPI ganhou relevância após uma série de operações policiais que expuseram a gravidade da situação no Rio de Janeiro, incluindo a recente operação que resultou em um número elevado de mortes, incluindo policiais. A presença de Garotinho na CPI é vista como uma oportunidade para esclarecer questões sobre a eficácia das políticas públicas de segurança atualmente em vigor.
Garotinho, que já ocupou o cargo de governador do Rio de Janeiro, é uma figura polêmica na política fluminense. Ele foi condenado por improbidade administrativa em 2018, acusado de desvio de recursos públicos. Sua experiência à frente do governo e sua atuação na segurança pública o tornam um depoente relevante para a CPI.
O senador Alessandro Vieira, que já foi delegado da Polícia Civil, enfatizou a importância de ouvir Garotinho, afirmando que ele “vem apresentando reiteradas e densas denúncias com relação ao estado de coisas no Estado do Rio de Janeiro”. A CPI busca investigar não apenas as facções criminosas, mas também as falhas nas políticas de segurança que permitiram a expansão da criminalidade.
O depoimento de Garotinho será um dos principais destaques da agenda da CPI, que tem como meta compreender as raízes do crime organizado e suas relações com o poder público. A expectativa é que o ex-governador forneça informações valiosas que possam contribuir para a elaboração de estratégias mais eficazes no combate à criminalidade no estado.
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