Levantamento da Genial/Qaest revela que 33% concordam com a proposta; 2.004 pessoas foram ouvidas entre 11 e 14 de dezembro.
20 de Dezembro de 2025 às 17h30

Pesquisa aponta que 51% dos brasileiros são contra dificultar impeachment de ministros do STF

Levantamento da Genial/Qaest revela que 33% concordam com a proposta; 2.004 pessoas foram ouvidas entre 11 e 14 de dezembro.

Uma pesquisa realizada pela Genial/Qaest, divulgada nesta sexta-feira (19), revela que a maioria dos brasileiros, 51%, se opõe à proposta que dificulta o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento, que ouviu 2.004 pessoas entre os dias 11 e 14 de dezembro, apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.

De acordo com os dados, 33% dos entrevistados concordam com a medida, enquanto 16% afirmaram não saber ou não responderam à pergunta. O questionamento feito aos participantes foi: “Existe uma proposta que dificulta o impeachment de ministros no STF. Quem apoia diz que isso previne a ameaça de afastamento de ministros como arma política. Críticos argumentam que isso impediria que os ministros fossem cobrados pela sociedade. Qual sua opinião?”

A pesquisa também revelou diferenças significativas nas respostas conforme o posicionamento político dos entrevistados. Entre os que se identificam como lulistas, 46% apoiam a proposta, enquanto 34% se opõem e 20% não souberam ou não responderam. Entre os eleitores da esquerda não lulista, a rejeição à proposta é maior, com 46% discordando e 38% concordando.

Os eleitores independentes também demonstraram resistência, com 50% se posicionando contra a medida e 30% a favor. Na direita não bolsonarista, a rejeição é ainda mais acentuada, com 70% discordando e apenas 24% concordando. Entre os eleitores bolsonaristas, 59% se opõem à proposta, enquanto 33% a apoiam.

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O contexto da pesquisa é marcado por uma recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que alterou os critérios para pedidos de impeachment de ministros da Corte. Em 3 de dezembro, Mendes concedeu uma liminar que restringiu a possibilidade de qualquer cidadão apresentar denúncias, limitando essa prerrogativa à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Essa decisão gerou um intenso debate no Senado, que decidiu suspender a análise de um projeto de lei que visava reformar a Lei do Impeachment, adiando a discussão para 2026. A proposta original previa que o presidente da Câmara dos Deputados teria um prazo de até 30 dias para decidir sobre denúncias por crime de responsabilidade contra o presidente da República.

Os dados da pesquisa refletem um momento de tensão entre os poderes e a sociedade, onde a questão do impeachment e a atuação do STF estão em pauta. A discussão sobre a liminar de Gilmar Mendes continua a gerar reações tanto no Congresso quanto entre a população.

Esses resultados indicam que a proposta de dificultar o impeachment de ministros do STF não goza de ampla aceitação, mesmo entre diferentes grupos políticos, e destaca a necessidade de um diálogo mais profundo sobre a relação entre os poderes e a responsabilidade dos ministros da Suprema Corte.

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