Gasto bilionário com novo avião presidencial de Lula gera críticas em meio a ajustes fiscais
O presidente Lula adia a aquisição de um novo avião, mas o custo elevado levanta preocupações sobre a prioridade do investimento.
A aquisição de um novo avião presidencial pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um impasse significativo. O plano, que previa a compra de uma nova aeronave, foi suspenso devido aos cortes de gastos necessários para atender ao arcabouço fiscal do país. Desde que o atual avião, o VC-1 Airbus A319CJ, conhecido popularmente como Aerolula, apresentou problemas técnicos em outubro, o governo buscava acelerar a compra de uma nova aeronave, com valores estimados entre US$ 250 milhões (R$ 1,45 bilhão) e US$ 350 milhões (R$ 2,03 bilhões).
Com o atual cenário de ajustes nas contas públicas, o presidente ainda não decidiu se irá optar pela reforma de uma aeronave já existente, o Airbus A330-200, que também implica em altos custos. Interlocutores próximos a Lula afirmam que o momento não é propício para uma despesa dessa magnitude, refletindo uma realidade fiscal mais restritiva.
O Aerolula, que sofreu uma pane durante uma viagem ao México em 1º de outubro, tem sido apontado por Lula como uma aeronave que necessita de substituição urgente para evitar riscos adicionais. O presidente defende que a troca não deve ser vista como um gasto, mas sim como um investimento essencial para a segurança e a eficiência das viagens oficiais.
Questionada sobre a situação do atual avião, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que o VC-1 permanece no Brasil, pronto para atender às demandas da Presidência da República. Além disso, uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) esteve presente no México para analisar os dados do voo em que Lula e sua comitiva estavam a bordo.
O Aerolula foi adquirido durante o primeiro mandato de Lula, em 2005, por US$ 56,7 milhões, um valor que, quando atualizado, se aproxima de R$ 531,8 milhões. A aeronave é equipada com um escritório, uma suíte, uma sala de reuniões e um espaço destinado à segurança do presidente.
Com uma autonomia de voo de 11 mil quilômetros, o atual avião exige paradas frequentes para reabastecimento em viagens longas, como para a Europa e Ásia. O governo busca que a nova aeronave tenha maior alcance, acesso à internet de alta velocidade e uma sala mais ampla para reuniões privadas.
Atualmente, o VC-1 Airbus A319CJ é projetado para acomodar até 40 passageiros. A suíte presidencial está localizada imediatamente à frente da asa, proporcionando um espaço relativamente confortável, embora não conte com cama solta, mas sim um sofá duplo que se integra à cabine.
Por fim, a FAB dotou a aeronave de recursos eletrônicos de defesa, que permitem proteger as comunicações e dificultar o rastreamento, um aspecto essencial para a segurança do presidente durante suas deslocações.
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