BYD pede redução de preços a fornecedores em resposta a sanções internacionais
Montadora chinesa busca ajustes de preços em meio a crescente competição no setor automotivo
A montadora chinesa BYD está solicitando a seus fornecedores uma redução de preços, o que indica que uma intensa disputa no maior mercado automotivo do mundo pode estar prestes a se agravar. A medida surge em um contexto marcado por sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia sobre veículos elétricos fabricados na China.
De acordo com informações divulgadas por um e-mail vazado, a BYD pediu a um fornecedor não identificado que diminuísse os preços em 10% a partir de 1º de janeiro de 2025. Embora a Reuters não tenha conseguido verificar a autenticidade do e-mail, a notícia foi amplamente divulgada nas redes sociais e gerou especulações sobre a estratégia da montadora frente à concorrência.
Um executivo da empresa, em sua conta na rede social Weibo, destacou que a BYD frequentemente estabelece metas de redução de preços durante negociações de compras em grande escala. Ele enfatizou que essas metas são negociáveis e não obrigatórias, refletindo uma prática comum na indústria automotiva.
“As negociações anuais de preços com fornecedores são uma prática comum na indústria automobilística”, afirmou Li Yunfei, gerente geral do Departamento de Marca e Relações Públicas da BYD, sem comentar sobre o conteúdo do e-mail vazado.
Desde o início da guerra de preços promovida pela Tesla no ano passado, a BYD tem adotado uma postura agressiva, que a ajudou a se destacar como a maior vendedora de veículos elétricos do mundo, apesar de a maior parte de suas vendas ocorrer na China. Nos primeiros nove meses de 2023, a empresa alcançou uma participação de 15,8% do mercado automotivo chinês.
Além disso, a montadora ficou atrás apenas das vendas combinadas das joint ventures da Volkswagen na China no ano anterior. Essa competitividade no setor é ainda mais relevante, considerando o aumento das tarifas impostas pelos EUA, que quadruplicarão para 100% sobre veículos elétricos chineses, e as medidas da União Europeia, que aplicarão tarifas de até 45% sobre esses produtos.
Essas sanções refletem preocupações sobre subsídios injustos que favorecem os fabricantes chineses, criando um ambiente desafiador para a BYD e outras montadoras do país no cenário internacional.
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