Israel e Hezbollah chegam a acordo de cessar-fogo após meses de intensos combates
O governo israelense anunciou a suspensão das hostilidades, mediada pelos Estados Unidos, após conflitos na fronteira.
O governo de Israel e o grupo libanês Hezbollah firmaram um acordo de cessar-fogo, conforme anunciado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta terça-feira (26). A decisão ocorre após meses de confrontos, intensificados desde o início da guerra na Faixa de Gaza em outubro de 2023, quando o Hezbollah começou a realizar ataques contra posições israelenses em apoio ao Hamas.
A escalada dos conflitos culminou em um ataque surpresa de Israel que visou integrantes do Hezbollah no Líbano, provocando uma resposta violenta do grupo e um aumento nas hostilidades na região da fronteira. Como contrapartida, o governo israelense lançou uma “invasão limitada” no Líbano, com o objetivo de neutralizar as atividades do grupo xiita.
As operações de Israel resultaram na eliminação de figuras de destaque do Hezbollah, incluindo o ex-secretário-geral da organização, Hassan Nasrallah, que liderou o grupo desde 1992. Entretanto, essa ofensiva também acarretou um elevado número de vítimas civis no Líbano, com cerca de 3,8 mil mortes registradas desde o início da guerra, segundo dados do Ministério da Saúde libanês.
O acordo de cessar-fogo foi aprovado pelo Gabinete de Segurança de Israel e mediado pelos Estados Unidos, que enviaram representantes a ambos os países. A proposta foi bem recebida tanto pelo Hezbollah quanto pelo governo libanês, que manifestaram apoio à iniciativa americana.
O cessar-fogo, que deve entrar em vigor na quarta-feira, estabelece uma suspensão das hostilidades por um período inicial de 60 dias e é considerado uma base para um acordo definitivo. Os termos do acordo estão alinhados com a Resolução 1701 da ONU, que pôs fim à guerra entre Israel e Hezbollah em 2006.
Entre as condições estabelecidas, destaca-se a retirada das forças terrestres israelenses do sul do Líbano, onde estão operando desde setembro, e a adoção de medidas mais rigorosas para a implementação da Resolução 1701. A expectativa é que o acordo traga um alívio temporário à população civil afetada pelo conflito.
Com a assinatura do cessar-fogo, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, na esperança de que esse passo possa levar a uma paz mais duradoura na região e evitar novos conflitos entre os dois lados.
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