Confiança da indústria no Brasil cai 1,3 ponto em novembro, aponta FGV
O Índice de Confiança da Indústria registra queda, refletindo cautela entre empresários diante do fim do ano.
A confiança da indústria brasileira recuou 1,3 ponto em novembro, atingindo 98,6 pontos, conforme dados divulgados nesta quarta-feira, 27, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Este é o terceiro mês consecutivo de queda, refletindo uma deterioração nas percepções sobre a situação atual e as expectativas para os próximos meses.
Com essa nova queda, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) acumula uma redução de 1,0 ponto em médias móveis trimestrais, alcançando 99,7 pontos. A leitura atual indica um recuo de 1,2 ponto no Índice de Situação Atual (ISA), que agora se encontra em 101,7 pontos. Este movimento é atribuído a uma queda de 2,9 pontos tanto no nível da demanda quanto na percepção sobre a situação dos negócios.
Em contrapartida, o nível de estoques apresentou uma leve melhora, com um aumento de 2,2 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) teve uma queda de 1,4 ponto, refletindo uma tendência negativa nas perspectivas para os próximos meses. O indicador que mede a intenção de negócios para o próximo trimestre recuou 2,8 pontos, enquanto os índices referentes ao ritmo de contratações futuras e à produção prevista caíram 0,8 ponto e 0,7 ponto, respectivamente.
O economista do IBRE/FGV, Stéfano Pacini, comentou sobre os resultados: “O resultado sugere que os empresários estão cautelosos com o fim do ano, uma vez que a atividade do setor começa a dar sinais de arrefecimento”. Ele acrescentou que “no cenário macroeconômico, o ciclo de alta da taxa de juros, adotado para conter pressões de custos, tende a limitar a atividade econômica em um setor que teve a demanda aquecida durante quase todo o ano”.
Além disso, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) também apresentou uma queda, recuando 1,0 ponto percentual em novembro, para 81,6%. Essa redução indica uma utilização menor das capacidades produtivas das indústrias, o que pode ser um sinal de desaceleração econômica.
Em resumo, a queda no Índice de Confiança da Indústria reflete um cenário de incertezas e cautela entre os empresários, que estão atentos às mudanças econômicas e à pressão inflacionária, especialmente com as recentes decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano.
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