Confiança do comércio cresce 1,4% em novembro, segundo dados da CNC
Os empresários do setor mostram otimismo com as vendas de fim de ano, refletindo em alta no índice de confiança.
A confiança dos comerciantes brasileiros apresentou um aumento de 1,4% em novembro, em relação ao mês anterior, conforme divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este é o segundo mês consecutivo de alta, com o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançando 113,5 pontos, permanecendo acima da zona de satisfação, que é de 100 pontos. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, o índice também registrou uma elevação de 2,9%.
Os dados indicam que os empresários estão mais otimistas em relação ao desempenho das vendas, especialmente com a proximidade das festas de fim de ano. A CNC aponta que esse otimismo é um reflexo das expectativas positivas em torno da economia, que pode ser impulsionada pelas compras de Natal.
Na análise dos componentes do Icec, todos apresentaram crescimento em novembro. O componente que avalia as condições atuais teve um aumento de 0,8%, atingindo 85,7 pontos. Esse crescimento se deve, em parte, a melhorias nos itens relacionados à economia (2,0%), à empresa (0,5%) e ao setor (0,2%). Além disso, o componente de expectativas subiu 2,7%, alcançando 145,7 pontos, com destaque para a melhora nos quesitos economia (4,4%), setor (2,6%) e empresa (1,3%).
O componente que mede as intenções de investimento também mostrou um leve crescimento de 0,1%, indo para 108,9 pontos. Observou-se um avanço na intenção de contratação de funcionários (0,8%), embora tenha havido uma queda nos estoques (-0,6%) e nos investimentos na empresa (-0,1%).
Apesar das pressões inflacionárias e das altas taxas de juros que continuam a desafiar o cenário econômico, a CNC destaca que o otimismo em relação aos próximos meses está levando os comerciantes a aumentar a contratação de trabalhadores temporários. O índice de intenção de contratação de temporários subiu para 131,3 pontos em novembro, o maior nível desde dezembro de 2022.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, enfatizou que “esse resultado reflete uma percepção mais positiva dos consumidores sobre o futuro do mercado de trabalho”, ressaltando que essa mudança é um dos principais fatores que influenciam o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também divulgado pela entidade.
Ao analisar os segmentos do comércio, a confiança aumentou de forma mais acentuada nos bens não duráveis, que incluem supermercados, farmácias e perfumarias, com um crescimento de 2,3%. Já os bens semiduráveis, como roupas e calçados, registraram uma alta de 1,2%. Por outro lado, o segmento de bens duráveis, que abrange produtos de maior valor, como eletrodomésticos e veículos, apresentou uma queda de 0,3%, evidenciando a vulnerabilidade desses itens diante do atual ciclo de alta na taxa Selic.
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