O programa de transferência de renda teve aumento significativo, refletindo nas contas públicas do governo federal.
27 de Novembro de 2024 às 12h43

Gastos com Bolsa Família aumentam 47,1% em 2023, aponta IBGE

O programa de transferência de renda teve aumento significativo, refletindo nas contas públicas do governo federal.

Os gastos do governo federal com o Bolsa Família cresceram 47,1% em 2023, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (27). O programa, que visa ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social, foi um dos principais responsáveis pelo aumento nas despesas públicas registradas no ano passado.

Os dados fazem parte do estudo intitulado “Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo: Brasil 2023”, elaborado em colaboração com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central do Brasil. O levantamento revela que os benefícios sociais em geral também apresentaram um crescimento de 3,6% nas contas públicas, sendo o item de maior peso na composição dos gastos do governo.

Além do aumento no Bolsa Família, a necessidade líquida de financiamento do governo geral atingiu R$ 844 bilhões em 2023, um crescimento impressionante de 111,2% em relação ao ano anterior. Essa elevação é atribuída ao aumento nominal de 13,2% nas despesas, em contraste com uma alta de apenas 3,4% nas receitas no mesmo período.

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A arrecadação de impostos, por sua vez, teve um desempenho misto. Enquanto os impostos sobre a propriedade cresceram 16%, impulsionados pela arrecadação do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), as receitas provenientes do comércio e transações internacionais caíram 0,9%. A receita tributária total cresceu 3,3%, refletindo uma leve recuperação na economia.

Os dados também apontam que as contribuições sociais aumentaram 7,5% em 2023, mas outras receitas experimentaram uma queda de 3,4%. Essa dinâmica sugere um cenário complexo para as finanças públicas, onde os gastos com programas sociais continuam a pressionar o orçamento, ao mesmo tempo em que a arrecadação apresenta variações significativas.

Os técnicos do IBGE destacam que a formação bruta de capital fixo (FBCF), que mede a capacidade produtiva futura do governo, alcançou R$ 215,8 bilhões em 2023, com um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelos investimentos dos governos federal e municipal, que subiram 22,8% e 28,6%, respectivamente.

Em contraste, os governos estaduais enfrentaram uma redução de 15,2% na FBCF, o que indica um descompasso nas políticas de investimento entre as diferentes esferas de governo. O cenário fiscal apresenta desafios, mas também oportunidades para um planejamento mais eficaz dos recursos públicos.

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