Após falecimento de esteticista durante hidrolipo, especialistas alertam para riscos do método e cuidados necessários.
27 de Novembro de 2024 às 16h09

Hidrolipo: entenda o procedimento e os riscos após morte de mulher em SP

Após falecimento de esteticista durante hidrolipo, especialistas alertam para riscos do método e cuidados necessários.

Na última terça-feira, 26 de novembro, uma esteticista de 31 anos faleceu enquanto realizava uma hidrolipo em uma clínica na Vila Carrão, em São Paulo. O caso gerou preocupações sobre a segurança do procedimento, que tem ganhado popularidade entre aqueles que buscam remoção de gordura localizada.

A hidrolipo é frequentemente confundida com a lipoaspiração, mas, segundo especialistas, trata-se de uma técnica que se apresenta como menos invasiva e mais barata, utilizando anestesia local e podendo ser realizada em consultórios. No entanto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) alerta que o termo “hidrolipo” é mais uma estratégia de marketing do que uma verdadeira inovação cirúrgica. “Na realidade, a técnica envolve a mesma abordagem da lipoaspiração convencional, onde uma solução de soro e adrenalina é injetada na área a ser tratada antes da remoção da gordura”, explica Volney Pitombo, presidente da SBCP.

O procedimento, que ganhou destaque por ser mais rápido e acessível, tem atraído a atenção de celebridades e influenciadores, mas a segurança não deve ser negligenciada. O cirurgião plástico Fernando Amato destaca que a intoxicação por anestésicos é um dos principais riscos associados à hidrolipo. “É fundamental que a cirurgia seja realizada em um ambiente adequado, com equipamentos que possibilitem a monitorização do paciente durante todo o processo”, afirma.

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Embora a hidrolipo possa ser realizada em pequenas áreas do corpo, a SBCP recomenda que o procedimento não seja feito em regiões onde há inflamações ou infecções e que o paciente não tenha comorbidades como diabetes ou hipertensão. Além disso, a realização de exames pré-operatórios é essencial para garantir a saúde do paciente, uma prática que nem sempre é seguida.

A tragédia que envolveu a esteticista Paloma Lopes Alves levanta questões sobre a responsabilidade dos profissionais e a adequação das clínicas que oferecem esse tipo de procedimento. Segundo relatos, Paloma não passou por uma consulta presencial com o médico que realizou a hidrolipo, o que pode ter contribuído para a gravidade da situação. Após a parada cardiorrespiratória, a vítima foi levada ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde não sobreviveu.

O boletim de ocorrência indica que a morte foi causada por embolia pulmonar, uma condição que pode ocorrer quando coágulos sanguíneos obstruem artérias nos pulmões. A Polícia Civil investiga o caso e o médico responsável pelo procedimento está sob análise. A falta de resposta por parte da clínica e do médico após o incidente gera ainda mais desconfiança sobre a conduta ética e profissional no setor.

Para evitar tragédias semelhantes, especialistas recomendam que pacientes façam uma pesquisa detalhada sobre o profissional e o local onde pretendem realizar o procedimento. Além disso, é crucial que a cirurgia seja feita em um ambiente que atenda às normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Vigilância Sanitária, garantindo que haja suporte adequado para qualquer emergência.

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