EUA impõem sanções a 21 aliados de Maduro por repressão nas eleições de julho
Washington afirma que sanções visam pressionar regime de Maduro após eleições contestadas na Venezuela.
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (27) a imposição de sanções a 21 aliados do ditador venezuelano, Nicolás Maduro. O Departamento do Tesouro dos EUA alega que essas figuras apoiaram e executaram ordens de repressão, visando a manutenção do poder do chavista após as eleições presidenciais de julho, que foram amplamente contestadas.
Entre os sancionados estão altos funcionários do governo, incluindo o chefe da agência penitenciária do país, o diretor de um serviço de inteligência e ministros do Gabinete de Maduro. Esses indivíduos são acusados de terem contribuído para que Maduro se declarasse 'vencedor' de forma fraudulenta das eleições, ignorando a vontade da maioria dos eleitores, que apoiaram o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.
A lista de sanções abrange ainda figuras proeminentes como Alexis José Rodríguez Cabello, chefe do serviço de inteligência, e Freddy Áñez, ministro das Comunicações, conhecido por sua atuação como propagandista do regime. As sanções implicam no bloqueio de bens e na suspensão de vistos para esses indivíduos, além de penalizações para instituições que façam negócios com eles.
O secretário de Estado, Antony Blinken, declarou que os EUA estão comprometidos em promover a democracia na Venezuela e responsabilizar o regime de Maduro por suas ações. “Esses indivíduos apoiaram e executaram ordens de Maduro para reprimir a sociedade civil”, afirmou Blinken em comunicado.
As eleições de 28 de julho foram objeto de intensa controvérsia. Apesar de Maduro ter se declarado vencedor, a ausência de transparência e a falta de divulgação das contagens de votos levantaram suspeitas sobre a legitimidade do processo. A comunidade internacional, incluindo a União Europeia e diversos países das Américas, não reconhece os resultados e considera Edmundo González o verdadeiro vencedor.
González, que atualmente se encontra exilado na Espanha, afirmou que tomará posse como presidente em 10 de janeiro de 2025. A pressão internacional sobre Maduro tem crescido, com novas sanções sendo anunciadas como parte de uma estratégia para forçar mudanças políticas na Venezuela.
Embora os EUA tenham intensificado suas ações contra o regime de Maduro, o Brasil, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não reconheceu oficialmente os resultados das eleições, mas não tem adotado uma postura tão rigorosa quanto outros países. Recentemente, a Human Rights Watch criticou Lula e outros líderes da região, pedindo uma reavaliação de suas posições sobre a Venezuela.
As sanções atuais fazem parte de um esforço contínuo dos Estados Unidos para pressionar Maduro e seus aliados a respeitar a vontade popular e a buscar uma transição democrática no país sul-americano, que enfrenta uma grave crise política e humanitária.
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