Buenos Aires afirma que forças armadas venezuelanas cercam sua sede diplomática, onde seis opositores estão asilados sob proteção do Brasil.
24 de Novembro de 2024 às 10h11

Argentina denuncia cerco à embaixada em Caracas e pede apoio internacional

Buenos Aires afirma que forças armadas venezuelanas cercam sua sede diplomática, onde seis opositores estão asilados sob proteção do Brasil.

O governo argentino denunciou neste sábado (23) um novo cerco à sua embaixada em Caracas, capital da Venezuela, onde seis membros da oposição venezuelana se encontram refugiados. A situação ocorre em meio a um contexto de crescente tensão entre Buenos Aires e o regime de Nicolás Maduro, que já expulsou os diplomatas argentinos do país.

Em um comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina condenou os atos de assédio e intimidação contra os asilados e destacou que a proteção da embaixada está sob responsabilidade do governo brasileiro. "A República Argentina repudia o envio de tropas armadas e o fechamento de ruas em torno da nossa sede diplomática, ações que configuram uma perturbação da segurança que deve ser garantida de acordo com o direito internacional", afirmou a chancelaria.

A Argentina fez um apelo à comunidade internacional para que condene essas práticas e exija os salvo-condutos necessários para a saída dos opositores que estão na embaixada desde março, quando foram acusados de diversos crimes pelo Ministério Público venezuelano, incluindo conspiração e traição.

Pedro Urruchurtu, um dos solicitantes de asilo e coordenador internacional do partido Vente Venezuela, relatou em suas redes sociais que agentes encapuzados da Diretoria de Ações Estratégicas e Táticas (DAET) da Polícia Nacional Bolivariana cercaram a embaixada e bloquearam o acesso à rua. Ele publicou vídeos mostrando a presença de viaturas policiais nas proximidades da sede diplomática.

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Este é o terceiro cerco denunciado desde que os opositores entraram na embaixada. A proteção da sede foi assumida pelo Brasil após a expulsão dos diplomatas argentinos, e a presença de forças de segurança venezuelanas tem sido uma constante desde então. Entre os refugiados estão figuras proeminentes da oposição, como Magalli Meda e Claudia Macero.

A recente escalada de tensões se dá em um contexto onde o regime de Maduro foi acusado de fraudes nas últimas eleições, realizadas em julho. A oposição, que afirma ter vencido as eleições, denunciou a falta de transparência e a ausência de divulgação das atas de votação, essenciais para a auditoria do processo eleitoral.

As autoridades venezuelanas têm sido acusadas de violar direitos humanos, com registros de pelo menos 25 mortes de opositores ao regime neste ano, segundo organizações que monitoram a situação no país. Em resposta aos ataques contra a embaixada, o Ministério das Relações Exteriores argentino reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e a segurança dos que buscam asilo.

O Brasil, por sua vez, expressou seu compromisso em continuar a proteger a embaixada argentina e seus asilados, destacando a importância do respeito às normas internacionais e à proteção dos direitos humanos.

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