Ditador Maduro intensifica cerco à embaixada da Argentina com corte de energia
A embaixada enfrenta novos atos de intimidação, com bloqueios e interrupção de serviços essenciais por parte do regime.
A embaixada da Argentina em Caracas, onde diversos opositores do regime de Nicolás Maduro buscam asilo, foi alvo de uma série de ações intimidatórias na madrugada deste domingo (24). O opositor Pedro Urruchurtu Noselli, que se encontra asilado na representação diplomática, denunciou pelo Twitter que agentes do ditador cortaram a energia elétrica do local, ampliando a pressão sobre os asilados.
Urruchurtu, que está sob a proteção do governo brasileiro, relatou que uma caminhonete do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) se juntou ao cerco em torno da embaixada. Desde a noite anterior, policiais venezuelanos têm bloqueado o acesso ao prédio, intensificando o clima de tensão.
Além de Urruchurtu, outros opositores como Magalli Meda, o ex-deputado Omar González, Claudia Macero, Humberto Villalobos e Fernando Martínez Mottola também estão presentes na embaixada. A razão para o novo cerco imposto por Maduro ainda não foi esclarecida, mas as ações têm sido amplamente condenadas.
O diplomata e ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia se manifestou em repúdio ao cerco, destacando a gravidade da situação. O Ministério das Relações Exteriores da Argentina também emitiu uma nota de repúdio, classificando as ações do regime como "atos de assédio e intimidação contra os requerentes de asilo".
Na nota, a chancelaria argentina afirmou que o envio de tropas armadas e o fechamento das ruas ao redor da embaixada constituem uma perturbação da segurança, que deve ser garantida às sedes diplomáticas conforme o direito internacional. Além disso, o governo argentino apelou à comunidade internacional para que condene essas práticas e exija garantias de segurança para os asilados.
Este não é o primeiro incidente envolvendo a embaixada argentina em Caracas. Em setembro, forças do regime já haviam cercado a sede diplomática, estabelecendo um posto de controle nas proximidades para verificar a identidade de pessoas que passavam pelo local. As tensões entre o governo de Maduro e os países vizinhos têm se acirrado, especialmente após as eleições presidenciais que resultaram na reeleição de Maduro, em meio a acusações de fraude.
Até o momento, nem o Palácio do Planalto nem o Itamaraty se pronunciaram sobre os novos atos de cerco à embaixada argentina, o que aumenta a preocupação em relação à segurança dos opositores que buscam refúgio.
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