Operação Vigília, coordenada pelo MPRJ, investiga fraudes em contratos da Fundação Saúde do Rio de Janeiro.
26 de Novembro de 2024 às 11h13

Delegados da Polícia Civil são alvos de operação por fraudes em contratos de saúde no RJ

Operação Vigília, coordenada pelo MPRJ, investiga fraudes em contratos da Fundação Saúde do Rio de Janeiro.

Na manhã desta terça-feira (26), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou a Operação Vigília, visando combater fraudes em contratos firmados com a Fundação Estadual de Saúde. A ação resulta de investigações que apontam crimes de organização criminosa e fraude em licitações.

Durante a operação, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, que atingem tanto pessoas físicas quanto jurídicas, incluindo dois delegados da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Entre os investigados estão o ex-chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, e o delegado Eduardo Clementino de Souza.

A Fundação Saúde é responsável pela gestão da saúde pública no estado e está vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). As investigações revelaram que os contratos direcionados envolviam as empresas Vidgel Vigilância e Segurança e Vidgel Serviços Terceirizados, favorecidas de maneira irregular para prestar serviços em hospitais e centros de diagnóstico.

Os contratos em questão foram firmados em 2021 e 2022 para a prestação de serviços no Hospital Heloneida Studart, no Hospital Estadual da Mãe e no Centro Estadual de Diagnóstico por Imagem (CEDI – Rio Imagem). Há indícios de que servidores públicos e outros envolvidos possam ter se beneficiado indiretamente dos recursos provenientes desse esquema ilícito.

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Os promotores de Justiça apuraram uma suposta triangulação financeira que envolve as empresas mencionadas, o pai de um dos delegados e o próprio delegado, sugerindo um repasse financeiro indireto e práticas de corrupção.

A operação está sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ, além da Corregedoria Geral da Polícia Civil. A Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) também acompanha as diligências.

A defesa de Allan Turnowski se manifestou, alegando desconhecimento sobre as relações contratuais entre as empresas investigadas e a Secretaria de Estado de Saúde. Os advogados relataram que, durante a operação, um celular e um computador do delegado foram apreendidos, e afirmaram que só se pronunciarão após ter acesso aos autos do processo.

Até o momento, a Secretaria de Estado de Saúde não se pronunciou sobre o caso, e a investigação continua em andamento, com foco na elucidação dos fatos e na responsabilização dos envolvidos.

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