María Corina Machado e Edmundo Gonzáles participaram de audiência na Câmara dos Deputados do Brasil
04 de Dezembro de 2024 às 10h13

Líder da oposição venezuelana pede ao Brasil reconhecimento de González como presidente

María Corina Machado e Edmundo Gonzáles participaram de audiência na Câmara dos Deputados do Brasil

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, solicitou ao governo brasileiro o reconhecimento de Edmundo Gonzáles como presidente eleito da Venezuela, durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, realizada na terça-feira (3). Em videoconferência, ela enfatizou a importância desse reconhecimento para pressionar o regime de Nicolás Maduro.

Machado, que se encontra na clandestinidade na Venezuela, afirmou: “O que esperamos é que o Brasil reconheça Edmundo como presidente eleito, para que seja exercida pressão sobre Maduro e ele perceba que sua melhor opção é uma transição organizada”. Edmundo Gonzáles, que se encontra exilado na Espanha, também participou da audiência e declarou ser o legítimo vencedor das eleições.

A líder opositora destacou que a situação do regime se deteriorou, afirmando que “o regime está mais fraco do que nunca, com a liderança legitimada e a oposição unida”. Ela argumentou que a questão transcende a política de direita ou esquerda, sendo, antes de tudo, uma luta pela liberdade e pelos direitos humanos.

Atualmente, a comunidade internacional, em sua maioria, não reconhece Maduro como vencedor das eleições realizadas em 28 de julho, e aponta Gonzáles como o verdadeiro presidente. O governo brasileiro, no entanto, ainda não tomou uma posição clara e aguarda a divulgação das atas eleitorais, que Maduro se recusa a apresentar.

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O relacionamento entre o Brasil e o governo de Maduro se deteriorou consideravelmente após as eleições, que foram marcadas por denúncias de fraude e repressão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anteriormente mantinha um diálogo aberto com Maduro, agora exige transparência nas eleições, algo que o regime venezuelano não tem cumprido.

Durante a audiência, Gonzáles lembrou que a nova legislação aprovada pela Assembleia Nacional venezuelana impõe penas severas a quem apoiar sanções internacionais. Ele destacou que essa lei representa um ataque direto à liberdade de expressão e aos direitos humanos na Venezuela.

María Corina também mencionou que, atualmente, há opositores do regime asilados na embaixada da Argentina em Caracas, que enfrentam dificuldades devido a bloqueios e cortes de energia. Ela afirmou que a luta da oposição pela democracia na Venezuela continua firme e que é fundamental o apoio internacional neste momento crítico.

O reconhecimento de Edmundo Gonzáles como presidente eleito é um passo importante para a oposição, que busca unir forças para a transição do poder na Venezuela. “Estamos determinados a garantir que a vontade do povo venezuelano seja respeitada e que a democracia retorne ao nosso país”, concluiu.

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