Líder da oposição venezuelana pede ao Brasil reconhecimento de González como presidente
María Corina Machado e Edmundo Gonzáles participaram de audiência na Câmara dos Deputados do Brasil
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, solicitou ao governo brasileiro o reconhecimento de Edmundo Gonzáles como presidente eleito da Venezuela, durante uma audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, realizada na terça-feira (3). Em videoconferência, ela enfatizou a importância desse reconhecimento para pressionar o regime de Nicolás Maduro.
Machado, que se encontra na clandestinidade na Venezuela, afirmou: “O que esperamos é que o Brasil reconheça Edmundo como presidente eleito, para que seja exercida pressão sobre Maduro e ele perceba que sua melhor opção é uma transição organizada”. Edmundo Gonzáles, que se encontra exilado na Espanha, também participou da audiência e declarou ser o legítimo vencedor das eleições.
A líder opositora destacou que a situação do regime se deteriorou, afirmando que “o regime está mais fraco do que nunca, com a liderança legitimada e a oposição unida”. Ela argumentou que a questão transcende a política de direita ou esquerda, sendo, antes de tudo, uma luta pela liberdade e pelos direitos humanos.
Atualmente, a comunidade internacional, em sua maioria, não reconhece Maduro como vencedor das eleições realizadas em 28 de julho, e aponta Gonzáles como o verdadeiro presidente. O governo brasileiro, no entanto, ainda não tomou uma posição clara e aguarda a divulgação das atas eleitorais, que Maduro se recusa a apresentar.
O relacionamento entre o Brasil e o governo de Maduro se deteriorou consideravelmente após as eleições, que foram marcadas por denúncias de fraude e repressão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anteriormente mantinha um diálogo aberto com Maduro, agora exige transparência nas eleições, algo que o regime venezuelano não tem cumprido.
Durante a audiência, Gonzáles lembrou que a nova legislação aprovada pela Assembleia Nacional venezuelana impõe penas severas a quem apoiar sanções internacionais. Ele destacou que essa lei representa um ataque direto à liberdade de expressão e aos direitos humanos na Venezuela.
María Corina também mencionou que, atualmente, há opositores do regime asilados na embaixada da Argentina em Caracas, que enfrentam dificuldades devido a bloqueios e cortes de energia. Ela afirmou que a luta da oposição pela democracia na Venezuela continua firme e que é fundamental o apoio internacional neste momento crítico.
O reconhecimento de Edmundo Gonzáles como presidente eleito é um passo importante para a oposição, que busca unir forças para a transição do poder na Venezuela. “Estamos determinados a garantir que a vontade do povo venezuelano seja respeitada e que a democracia retorne ao nosso país”, concluiu.
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