Fotógrafo registra água-viva gigante de 10 metros no litoral norte de São Paulo
Rafael Mesquita impressiona ao compartilhar vídeo de água-viva da espécie Drymonema gorgo, encontrada em São Sebastião.
Recentemente, o fotógrafo de natureza e vida selvagem Rafael Mesquita publicou um vídeo impressionante em sua conta no Instagram, onde mostra uma água-viva gigante, com cerca de 10 metros de comprimento, encontrada nas proximidades da ilha do Montão de Trigo, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. A cena inusitada também revela a presença de diversos peixes que utilizam os tentáculos do animal como abrigo e fonte de proteção contra predadores.
Em sua postagem, Mesquita expressou sua empolgação, afirmando: “Hoje eu encontrei e mergulhei com a maior água-viva que eu já vi!” Ele detalhou que o diâmetro do corpo da água-viva é de aproximadamente 60 centímetros, enquanto seus tentáculos finos e longos ultrapassam os 10 metros. O fotógrafo observou que o animal estava localizado em uma corrente marítima de temperatura bastante fria, em torno de 15,5°C, e em uma área com água turva.
O professor Alberto Lindner, especialista em biologia e oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), comentou a postagem, identificando o exemplar como pertencente à espécie Drymonema gorgo, reconhecida como a maior água-viva do litoral brasileiro. Lindner descreveu a imagem como “um dos registros mais bonitos que já vi dessa espécie”.
O professor também esclareceu que as águas-vivas dessa espécie se alimentam de outras águas-vivas menores e possuem um conjunto de braços orais que podem chegar a 1 metro de diâmetro. “Os tentáculos, mais finos, podem atingir vários metros”, acrescentou. Lindner ressaltou que o aparecimento dessa espécie é frequentemente registrado na superfície do mar e que a sensação de queimadura ao entrar em contato com seus tentáculos é moderada.
Em interações com os internautas, ele explicou que, embora os registros de Drymonema gorgo sejam geralmente feitos na superfície, há pouca pesquisa sobre os ambientes mais profundos da costa brasileira. “Os registros que tenho conhecimento são, de fato, na superfície. No entanto, pouco estudamos os ambientes mais profundos no Brasil”, disse. Ele ainda comentou que a queimadura causada por essa água-viva é menos intensa do que a provocada por uma caravela, uma espécie que aparece com mais frequência nas praias.
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