Tarcísio reconhece erro sobre câmeras de policiais e defende sua ampliação em SP
Governador de São Paulo admite visão equivocada e promete investimento em tecnologia de monitoramento policial.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou nesta quinta-feira (5) uma mudança significativa em sua postura em relação ao uso de câmeras corporais por policiais militares. Após uma série de incidentes de violência policial que chocaram a sociedade, Tarcísio afirmou que “tinha uma visão equivocada” sobre a eficácia desses equipamentos e agora está “completamente convencido” de que eles são instrumentos essenciais para a proteção tanto da sociedade quanto dos próprios agentes de segurança.
Em suas declarações, o governador enfatizou que não apenas manterá o programa de câmeras, como também pretende ampliá-lo, investindo em tecnologias de ponta. “Vou trazer o que há de melhor em termos de tecnologia”, disse Tarcísio, que reconheceu que sua visão anterior era fruto de experiências passadas e que a segurança pública não pode ser vista de forma simplista.
“É hora de ter humildade e dizer que há algo que não está funcionando”, declarou, referindo-se ao cenário atual de segurança em São Paulo. Ele ressaltou que o discurso de segurança jurídica não deve ser confundido com um “salvo conduto” para ações arbitrárias por parte dos policiais.
Um caso emblemático que motivou essa mudança de discurso foi o incidente recente em que um policial militar foi gravado arremessando um homem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo. O ato, amplamente publicizado, gerou indignação e exigiu uma resposta contundente do governo. A Justiça Militar já determinou a prisão do soldado envolvido, que atuou sem justificativa aparente.
O governador, que até então se mostrava cético em relação ao uso das câmeras, destacou que sua posição anterior era insustentável diante dos fatos e da pressão da opinião pública. Durante a campanha eleitoral de 2022, Tarcísio chegou a afirmar que removeria os equipamentos dos uniformes policiais. Contudo, após a pressão e os episódios de violência, ele voltou atrás e agora se compromete a fortalecer o uso das câmeras nas operações policiais.
Além disso, Tarcísio reafirmou que o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, continuará em seu cargo, desconsiderando rumores sobre sua saída em meio à crise de segurança. O governador elogiou a competência de Derrite, afirmando que ele é um “estudioso” e que a troca de comando não é a solução em tempos de crise.
O cenário de violência em São Paulo é alarmante, com 580 mortes envolvendo agentes de segurança registradas até setembro de 2024, sendo a maioria atribuída a policiais militares. Este número é o maior desde 2020, quando o uso das câmeras foi implementado. Tarcísio destacou que é sua responsabilidade garantir que as diretrizes do governo cheguem de forma clara às operações policiais, reafirmando seu compromisso com a segurança pública.
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