Sabatina dos indicados à diretoria do Banco Central ocorrerá na próxima terça-feira
Os nomes escolhidos pelo presidente Lula serão analisados pela CAE e pelo plenário do Senado
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), agendou a sabatina dos três indicados para a diretoria do Banco Central (BC) para a próxima terça-feira, 10 de dezembro. Após a avaliação na comissão, os nomes serão submetidos à aprovação do plenário da Casa no mesmo dia.
Os indicados são: Nilton David, que ocupará a vaga deixada por Gabriel Galípolo na diretoria de Política Monetária; Izabela Correa, que assumirá o lugar de Carolina de Assis Barros na diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta; e Gilneu Vivan, que substituirá Otávio Damaso na diretoria de Regulação.
Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, assumirá a presidência do BC a partir de 1º de janeiro de 2025, dia em que também se encerram os mandatos de Damaso e Carolina Barros. Se as indicações forem aprovadas, os novos diretores do Banco Central tomarão posse no mesmo dia.
Os indicados já iniciaram um processo tradicional de aproximação com os senadores, conhecido como “beija-mão”, que consiste em visitas individuais para conquistar apoio e votos favoráveis à aprovação de suas indicações.
Vanderlan Cardoso expressou confiança na aprovação dos nomes, embora tenha ressaltado a necessidade de resolver questões pendentes relacionadas ao pagamento de emendas, que podem influenciar o clima da sabatina. “Eu creio que não vai ter problema. Mas tem que resolver esses assuntos até lá, porque o humor pode mudar de uma hora para outra”, afirmou.
As expectativas são de que a sabatina ocorra em um ambiente mais tenso do que a avaliação de Galípolo, realizada em outubro, quando ele recebeu elogios de senadores, incluindo membros da oposição. Apesar de a recepção inicial dos três indicados ser positiva, há receios de que a CAE possa ser utilizada para enviar recados ao governo.
Durante a sabatina de Galípolo, ele obteve o apoio de todos os 26 senadores presentes. Agora, a expectativa é de que os novos indicados enfrentem questionamentos mais rigorosos, especialmente em relação ao aumento da taxa Selic, à alta do dólar e à autonomia do Banco Central. Embora haja a possibilidade de alguns votos contrários, isso não deve ameaçar a aprovação final das indicações.
Se os três novos diretores forem aceitos, o governo Lula terá a maioria na diretoria do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide sobre a taxa Selic, atualmente fixada em 11,25% ao ano. Esta taxa é um dos principais instrumentos de política econômica e alvo de críticas por parte do governo.
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