Funcionário alega que a empresa monitorou dispositivos pessoais e impediu discussões sobre salários.
05 de Dezembro de 2024 às 21h36

Apple é processada por suposta vigilância e violação de direitos trabalhistas nos EUA

Funcionário alega que a empresa monitorou dispositivos pessoais e impediu discussões sobre salários.

A Apple Inc., gigante da tecnologia, enfrenta uma ação judicial na Califórnia, onde é acusada de monitorar ilegalmente os dispositivos pessoais e as contas do iCloud de seus funcionários. A denúncia foi apresentada por Amar Bhakta, que atua na área de publicidade digital da empresa, e alega que a companhia impõe práticas que violam direitos trabalhistas fundamentais.

De acordo com o processo, a Apple exigiria que seus colaboradores instalassem um software de monitoramento em seus dispositivos pessoais, o que permitiria o acesso a e-mails, fotos, dados de saúde e outras informações privadas. Essa prática, segundo Bhakta, não apenas invade a privacidade dos funcionários, mas também cria um ambiente de trabalho hostil e repressivo.

Além disso, a ação judicial alega que a Apple implementa políticas de confidencialidade rigorosas que proíbem os trabalhadores de discutir suas condições laborais ou de buscar justiça em casos de violações. Bhakta, que faz parte da empresa desde 2020, afirma que foi instruído a remover informações sobre suas condições de trabalho de seu perfil no LinkedIn e a não comentar sobre sua experiência em podcasts.

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O documento legal destaca que “as políticas e práticas de vigilância da Apple inibem e, portanto, restringem ilegalmente a denúncia de funcionários, a concorrência, a liberdade de movimentação dos trabalhadores no mercado e a liberdade de expressão”. Essas alegações levantam preocupações significativas sobre as práticas de trabalho na indústria de tecnologia, especialmente em uma empresa com a influência da Apple.

Em resposta às alegações, um porta-voz da Apple declarou que as acusações não têm fundamento e que a empresa se compromete anualmente a treinar seus funcionários sobre seus direitos, incluindo a liberdade de discutir suas condições de trabalho. “Na Apple, estamos concentrados em criar os melhores produtos e serviços do mundo e trabalhamos para proteger as inovações que nossas equipes desenvolvem”, afirmou o porta-voz.

A ação foi fundamentada em uma legislação específica da Califórnia, que permite que trabalhadores processem seus empregadores em nome do Estado, garantindo que eles recebam 35% das penalidades eventualmente recuperadas. O caso levanta questões importantes sobre a privacidade e os direitos dos trabalhadores em um setor cada vez mais dominado pela tecnologia.

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