Após 25 anos de negociações, Mercosul e Comissão Europeia podem confirmar acordo em Montevidéu, apesar de oposições na Europa.
06 de Dezembro de 2024 às 06h31

Mercosul e União Europeia se preparam para anunciar acordo de livre comércio

Após 25 anos de negociações, Mercosul e Comissão Europeia podem confirmar acordo em Montevidéu, apesar de oposições na Europa.

O Mercosul e a Comissão Europeia estão prestes a anunciar, nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, a conclusão de um acordo de livre comércio que se arrasta por 25 anos de intensas negociações. A expectativa é que o anúncio ocorra após uma reunião entre os líderes dos países do bloco sul-americano e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O chanceler do Uruguai, Omar Paganini, que tem liderado as discussões, afirmou que ainda restam “detalhes mínimos” a serem ajustados antes do anúncio oficial. “A linha de chegada do acordo UE-Mercosul já está à vista”, destacou Von der Leyen em uma mensagem nas redes sociais, evidenciando a iminência do entendimento.

Apesar das esperanças de um desfecho positivo, a oposição de alguns governos europeus, como França e Itália, permanece forte. Estes países expressaram preocupações sobre as implicações do acordo para seus setores agropecuários, que temem competir em condições desfavoráveis com a produção do Cone Sul.

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O presidente francês, Emmanuel Macron, reiterou sua posição contrária, considerando o projeto de acordo “inaceitável em seu estado atual”. Por outro lado, o governo italiano também enfatizou que não foram reunidas condições adequadas para apoiar o texto atual, exigindo garantias para a proteção do setor agrícola.

As negociações entre Mercosul e União Europeia foram adiadas várias vezes ao longo dos anos, em meio a tensões sobre questões ambientais e de compras governamentais. Em 2019, um acordo foi anunciado, mas o processo de ratificação não avançou. Agora, as partes parecem ter alcançado um consenso técnico que evoluiu ao longo dos últimos cinco anos, com modificações em diversos capítulos do pacto.

O acordo, se concretizado, permitirá ao Mercosul eliminar tarifas sobre até 70% dos produtos exportáveis, representando um avanço significativo nas relações comerciais entre a América do Sul e a Europa. Von der Leyen argumenta que a parceria pode criar um mercado de 700 milhões de pessoas, beneficiando ambas as regiões.

Além disso, nesta sexta-feira, o Mercosul, fundado em 1991 por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que recentemente acolheu a Bolívia como membro, também contará com o Panamá como associado, ampliando ainda mais a sua influência na região.

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