Acordo de livre comércio pode elevar participação brasileira nas exportações de carne bovina para a Europa.
07 de Dezembro de 2024 às 16h08

Brasil pode mais que dobrar exportação de carne bovina com acordo Mercosul-UE, afirma Agrifatto

Acordo de livre comércio pode elevar participação brasileira nas exportações de carne bovina para a Europa.

O Brasil tem potencial para mais que dobrar suas exportações de carne bovina para a União Europeia, conforme projeções da consultoria Agrifatto. A expectativa é que, com a formalização do acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul, a participação brasileira nas vendas para a Europa aumente de 5% para até 12% ou 13%. “Atualmente, exportamos apenas uma pequena fração do nosso volume para a Europa, mas esse número pode crescer significativamente”, declarou Lygia Pimentel, CEO da Agrifatto.

De acordo com o acordo, o Mercosul poderá exportar até 99 mil toneladas de carne bovina em peso carcaça para a União Europeia, com uma divisão de 55% do volume na forma resfriada e 45% congelada, podendo ser comercializado com uma alíquota de 7,5%. Esse volume será alcançado em seis etapas progressivas. Além disso, a Cota Hilton, que atualmente permite a exportação de 10 mil toneladas com alíquota de 20%, será isenta assim que o acordo entre em vigor.

A maior parte dessa nova cota deve ser destinada ao Brasil, que já responde por 86% da demanda europeia. Pimentel ressaltou que o país está preparado para atender a essa nova demanda, mesmo diante das exigências regulatórias. “O Brasil tem plena condição de atender à nova cota, mesmo com as exigências impostas”, avaliou.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

A CEO também destacou que a assinatura desse tratado, esperada há mais de duas décadas, trará vantagens comerciais significativas para o setor pecuário e a indústria de proteínas do Brasil, mas também apresentará desafios regulatórios. Um dos pontos sensíveis é a questão do desmatamento legal, que frequentemente é mal interpretado no exterior.

Apesar das críticas, Pimentel acredita que o impacto do acordo será positivo. “A Europa sempre foi um bom pagador, e o acordo ajudará a diversificar nossa dependência do mercado chinês. No entanto, não será uma mudança radical: a cota é pequena e o aumento do volume exportado será limitado”, ponderou.

Até outubro de 2024, o Brasil já havia exportado 66.439 toneladas de carne bovina para a União Europeia, segundo o Agrostat, um sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.

Veja também:

Tópicos: