Tribunal Constitucional da Romênia anula eleições presidenciais em meio a suspeitas de interferência
A decisão do tribunal suspende o segundo turno das eleições presidenciais programado para domingo, devido a alegações de manipulação russa.
O Tribunal Constitucional da Romênia anunciou, nesta sexta-feira (6), a anulação das eleições presidenciais que deveriam ocorrer no próximo domingo, em um segundo turno marcado por suspeitas de interferência russa. A medida foi tomada para garantir a legalidade e a validade do processo eleitoral no país.
De acordo com o comunicado emitido pelo tribunal, a decisão visa “anular todo o processo de eleição do presidente romeno” e determina que “todo o processo eleitoral” seja reiniciado. A anulação ocorre em um contexto de crescente preocupação com a integridade do pleito, especialmente após a identificação de evidências de possíveis interferências externas.
O candidato nacionalista, Calin Georgescu, que surpreendeu ao vencer o primeiro turno da eleição em 24 de novembro, com 22,9% dos votos, deveria enfrentar a prefeita de centro-direita, Elena Lasconi, que obteve 19,2% dos votos, no segundo turno. Agora, com a decisão do tribunal, o futuro eleitoral de ambos os candidatos permanece incerto.
A anulação das eleições é considerada uma decisão histórica e encerra um ciclo eleitoral conturbado na Romênia. A semana anterior já havia sido marcada por uma ordem do tribunal para a recontagem dos votos do primeiro turno, o que evidenciou a instabilidade do processo eleitoral.
Além disso, a decisão do tribunal surge em meio a alegações de ataques cibernéticos e manipulação nas redes sociais durante o período eleitoral. Documentos vazados do principal conselho de segurança da Romênia indicam que houve “ataques russos híbridos agressivos”, levantando preocupações sobre a influência estrangeira nas eleições romenas.
Georgescu, de 62 anos, iniciou sua campanha com baixos índices de apoio, mas sua ascensão foi rápida e surpreendente, culminando na vitória no primeiro turno. A anulação das eleições poderá ter repercussões significativas não apenas para os candidatos, mas também para a estabilidade política do país, que já enfrenta desafios internos e externos.
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