Deputados protocolam pedido de impeachment contra Guilherme Derrite na Alesp
A oposição, encabeçada por Guilherme Cortez, argumenta falhas na segurança pública e abuso de poder por parte do secretário.
Na tarde desta sexta-feira (6), deputados da oposição na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) protocolaram um pedido de impeachment contra o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. A iniciativa, liderada pelo deputado Guilherme Cortez (PSOL), conta com o apoio de 25 parlamentares de diversas legendas, incluindo PT, PCdoB, Rede e PSB.
O pedido de impeachment é fundamentado em alegações de “crimes de responsabilidade” e “abuso de poder”. De acordo com o texto apresentado, Derrite teria falhado em sua função de coibir abusos cometidos por policiais, além de não responsabilizar adequadamente seus subordinados por ações violentas. Os deputados afirmam que a situação de violência policial no estado se tornou insustentável, com uma série de incidentes graves ocorrendo nos últimos meses.
Entre os casos citados, destaca-se o episódio em que um homem foi arremessado de uma ponte por um policial militar, ocorrendo na última segunda-feira (2). O policial foi preso após a decisão da Justiça Militar. Em outro incidente, um policial agrediu uma idosa e utilizou um golpe de mata-leão em seu filho durante uma abordagem em Barueri, gerando indignação pública.
O deputado Cortez ressaltou que, apesar do apoio da oposição, a aprovação do impeachment pode enfrentar dificuldades, uma vez que a base governista na Alesp é maior. “A expectativa é que a pressão da opinião pública possa influenciar os deputados a se unirem a nós nesse pedido”, afirmou. Ele acredita que a manifestação popular pode ajudar a reverter a situação.
O líder da bancada do PT, Paulo Fiorilo, também se manifestou sobre a situação, ressaltando a importância de ouvir o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio Oliveira e Costa, sobre o aumento da letalidade policial. Fiorilo espera que a Alesp convoque Derrite para prestar esclarecimentos sobre os casos de violência que têm sido amplamente noticiados.
Em resposta às críticas, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu a existência de “excessos” na atuação da polícia, mas reafirmou seu apoio a Derrite, enfatizando que mudanças na pasta não são uma solução para a crise atual. “No momento de crise não se deve fazer mexidas”, disse o governador, defendendo a continuidade do trabalho do secretário.
Os parlamentares que assinaram o pedido de impeachment argumentam que a normalização da violência policial e a falta de responsabilização dos agentes são indicativos de uma gestão falha. O documento solicita que a denúncia seja recebida e processada, podendo resultar em um tribunal misto presidido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
A pressão sobre Derrite e a Secretaria de Segurança Pública deve continuar, com a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sendo uma possibilidade considerada pelos deputados. Os próximos dias serão decisivos para a continuidade deste processo.
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