Cuidado com o minoxidil: Bebês podem desenvolver a síndrome do lobisomem

O minoxidil, medicamento amplamente utilizado para o tratamento da calvície, tem gerado preocupações após a confirmação de casos de hipertricose, popularmente conhecida como síndrome do lobisomem, em crianças. Esse fenômeno foi observado na Europa, onde 11 bebês desenvolveram o quadro clínico após contato com loções que continham o medicamento, utilizado por seus pais.

Especialistas em dermatologia alertam que a exposição ao minoxidil pode ocorrer tanto por contato direto entre a pele do adulto e do bebê quanto por via oral, quando a criança leva a boca à pele onde a loção foi aplicada. A dermatologista Ana Carolina Sumam, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que a pele dos bebês é mais fina, o que facilita a absorção do produto. “Qualquer resquício de minoxidil pode penetrar com facilidade na pele delicada dos pequenos”, afirma.

O Centro de Farmacovigilância de Navarra, na Espanha, foi o responsável pelo alerta que resultou na alteração das bulas do minoxidil, recomendando que adultos que utilizam o medicamento evitem contato direto com crianças. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) também fez recomendações adicionais, como a necessidade de lavar as mãos após o uso do produto.

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Os casos registrados revelam que, uma vez interrompido o uso do minoxidil pelo responsável, os sintomas de hipertricose nos bebês desapareceram completamente. Isso sugere que o contato com o medicamento foi a causa do problema. A especialista Margaritha Cobuci enfatiza que, embora o minoxidil seja seguro e eficaz, é fundamental que seu uso seja sempre acompanhado por um médico, evitando assim riscos desnecessários.

Além do minoxidil, outras substâncias, como esteroides anabolizantes e andrógenos, também podem provocar crescimento excessivo de pelos. “O uso inadequado de qualquer medicamento pode levar a efeitos colaterais indesejados”, alerta Cobuci, ressaltando a importância de seguir as orientações médicas.

Os casos de hipertricose em bebês não são comuns, mas a ocorrência recente na Europa acende um alerta para a população. Especialistas recomendam que os pais que utilizam minoxidil e similares redobrem a cautela, especialmente se houver crianças em casa. “As pessoas não precisam ter medo de usar o medicamento, mas devem sempre consultar um especialista antes de iniciar qualquer tratamento”, conclui a dermatologista.