Rebeldes sírios conquistam Damasco e encerram regime de Assad após 50 anos
A queda do governo de Bashar al-Assad foi comemorada em Damasco e em várias partes do mundo neste domingo (8)
No último domingo, 8, a capital síria, Damasco, foi tomada por rebeldes em uma ofensiva relâmpago que marcou o fim de um regime que durou cinco décadas sob o controle da família Assad. A fuga de Bashar al-Assad, que deixou o país pelo Aeroporto Internacional de Damasco, foi confirmada por fontes rebeldes, embora o paradeiro do ex-presidente permaneça incerto.
Os insurgentes, que atuam em aliança com diversos grupos islamistas, celebraram a vitória com manifestações de alegria nas ruas da cidade. Milhares de cidadãos se reuniram na Praça dos Omíadas, onde disparos e gritos de “Allahu Akbar” ecoaram, simbolizando a euforia popular. Muitos destruíram uma estátua de Hafez al-Assad, pai de Bashar, como um ato simbólico de libertação.
Em um comunicado à imprensa, líderes rebeldes anunciaram a “libertação” de Damasco e prometeram a soltura de prisioneiros que, segundo afirmaram, foram detidos injustamente ao longo dos anos. “Esperávamos por este dia há muito tempo”, disse Amer Batha, um dos cidadãos que vivenciou o momento histórico. “Não posso acreditar que estou vivendo este momento”, completou, emocionado.
A televisão estatal síria também confirmou a queda do governo, enquanto o primeiro-ministro Mohammad Ghazi al-Jalali revelou que sua última conversa com Assad ocorreu no dia anterior à queda. Desde então, ele não conseguiu contatar o ex-presidente, que governou a Síria com mão de ferro por 24 anos.
A repercussão do evento foi imediata no cenário internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que a Casa Branca está acompanhando de perto os “acontecimentos extraordinários” na Síria. A situação promete gerar implicações significativas para a região, com a expectativa de que a nova liderança rebelde busque estabilizar o país e implementar reformas necessárias.
Desde 2011, a Síria vive uma guerra civil devastadora, que resultou em meio milhão de mortos e milhões de deslocados. A recente ofensiva rebelde, que começou em novembro, conseguiu avanços rápidos em diversas cidades, culminando na tomada de Damasco. O Hezbollah, grupo libanês que apoiava Assad, também retirou suas forças da área, contribuindo para a queda do regime.
Agora, a nova liderança rebelde terá o desafio de unir o país, que se encontra fragmentado em zonas de influência controladas por diferentes grupos. A cooperação do primeiro-ministro al-Jalali com os rebeldes será crucial para uma transição pacífica e para a reconstrução da Síria, que anseia por um futuro livre de opressão e violência.
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