Cientistas da União Europeia preveem 2024 como o ano mais quente da história
Estudo aponta que temperaturas médias globais devem exceder 1,5°C acima do nível pré-industrial em 2024.
Cientistas da União Europeia afirmaram que 2024 está prestes a se tornar o ano mais quente já registrado, com temperaturas médias globais que devem superar em 1,5°C os níveis pré-industriais, conforme dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).
Os dados, divulgados nesta segunda-feira, revelam que as temperaturas excepcionalmente altas devem persistir pelo menos até os primeiros meses de 2025. Este anúncio ocorre em um contexto de crescente preocupação com os impactos das mudanças climáticas, especialmente após as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) que resultaram em um acordo de 300 bilhões de dólares, considerado insuficiente por muitos países em desenvolvimento.
De acordo com o C3S, a análise dos dados coletados entre janeiro e novembro deste ano confirma que 2024 será o ano mais quente desde o início dos registros meteorológicos, superando o recorde anterior de 2023. O clima extremo se manifestou em diversas partes do mundo, com secas severas afetando a Itália e a América do Sul, enquanto enchentes devastadoras ocorreram no Nepal, Sudão e Europa. Além disso, ondas de calor no México, Mali e Arábia Saudita resultaram em inúmeras fatalidades.
O mês passado foi classificado como o segundo novembro mais quente já registrado, com a temperatura média global atingindo 14,1°C, 0,73°C acima da média entre 1991 e 2020. “Ainda estamos em território quase recorde de temperaturas globais, e é provável que isso permaneça pelo menos nos próximos meses”, afirmou o pesquisador do Copernicus, Julien Nicolas.
As emissões de dióxido de carbono, resultantes da queima de combustíveis fósseis, são apontadas como a principal causa das mudanças climáticas. Embora muitos governos tenham se comprometido a reduzir as emissões a zero, as projeções indicam que as emissões globais de CO2 devem atingir um novo recorde este ano.
Os cientistas também estão monitorando a possibilidade de um fenômeno climático La Niña, que poderia provocar um resfriamento temporário das temperaturas globais em 2025. Entretanto, isso não interromperia a tendência de longo prazo de aquecimento global. “Embora 2025 possa ser um pouco mais frio do que 2024, se ocorrer um evento La Niña, isso não significa que as temperaturas serão ‘seguras’ ou ‘normais’”, explicou Friederike Otto, professora sênior do Imperial College, em Londres.
Os registros do C3S remontam a 1940 e são analisados em conjunto com os dados de temperatura global que têm início em 1850, proporcionando uma visão abrangente das mudanças climáticas ao longo das décadas.
Veja também: