Expectativas de alta da Selic e inflação acima do teto marcam mercado financeiro
Analistas projetam aumento na taxa Selic e inflação acima do esperado para 2024 e 2025, em meio a incertezas econômicas.
O cenário econômico brasileiro se mostra cada vez mais desafiador, com analistas do mercado financeiro prevendo um aumento significativo na taxa Selic e uma inflação que deverá ultrapassar os limites estabelecidos pelo governo. A expectativa é de que a Selic, atualmente em 11,25%, suba para 12% até o final deste ano e alcance 13,5% em 2025.
De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a projeção de inflação para 2024 foi ajustada para 4,84%, um aumento em relação aos 4,71% estimados anteriormente. Para 2025, a expectativa é de que a inflação atinja 4,59%, superando a meta oficial de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Os investidores estão preocupados com o impacto das recentes decisões do governo, que incluem um pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essa situação tem contribuído para a desvalorização do real e a alta do dólar, que deve encerrar o ano cotado a R$ 9,59, em comparação aos R$ 5,70 previstos anteriormente.
Além da Selic, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também foram revisadas para cima, com estimativas de 3,39% para 2024 e 2% para 2025. Contudo, essa recuperação econômica pode ser ameaçada pela pressão inflacionária crescente, que afeta diretamente o poder de compra da população.
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), agendada para esta semana, será um momento crucial para definir os próximos passos da política monetária do país. A maioria dos analistas acredita que a alta na Selic não será a última, indicando um ciclo de aperto monetário que pode durar mais tempo.
Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que serão divulgados na próxima terça-feira devem trazer mais clareza sobre a situação inflacionária. A expectativa é de que o IPCA registre uma alta de 0,37% em novembro e de 4,85% nos últimos 12 meses.
Com um panorama de incertezas e altas projeções de inflação, os agentes do mercado financeiro se mostram cada vez mais cautelosos, refletindo as preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento econômico brasileiro nos próximos anos.
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