Expectativas pessimistas sobre economia: inflação e juros em alta para 2024 e 2025
Analistas revisam projeções e indicam inflação acima da meta e aumento da Selic nos próximos anos
As projeções econômicas para os próximos anos revelam um cenário desalentador, com a inflação prevista para 2024 subindo de 4,71% para 4,84%, superando o teto da meta estabelecida em 4,50%. O relatório Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 9, evidenciou a crescente preocupação dos analistas com a trajetória inflacionária.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já se encontra em 4,76% no acumulado dos últimos 12 meses até outubro, e a expectativa é de que os dados referentes ao mês de novembro, a serem divulgados nesta terça-feira, 10, não apresentem alívio. No último mês, a alta nos preços da energia elétrica e das carnes contribuiu significativamente para o aumento da inflação.
Além disso, as previsões para a taxa básica de juros, a Selic, também foram ajustadas. A expectativa é de que a Selic termine 2023 em 12%, um aumento em relação aos 11,75% projetados anteriormente. Para 2025, as projeções indicam uma Selic ainda mais elevada, com a mediana das estimativas passando de 12,63% para 13,50%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta semana para decidir sobre a taxa de juros, e há grandes expectativas de um aumento de 0,75 ponto percentual. Este cenário de aumento de juros é uma tentativa de conter a inflação crescente e sinaliza uma postura mais rígida do BC em relação à política monetária.
Os impactos do aumento da inflação e da Selic também são sentidos nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa de crescimento foi elevada para 3,39% em 2024, um ajuste que reflete uma recuperação econômica, embora ainda sob riscos inflacionários. Para 2025, a previsão é de um crescimento de 2%.
As incertezas no cenário econômico brasileiro também se refletem na expectativa de desvalorização do real. A previsão para a cotação do dólar ao final de 2023 passou de R$ 5,70 para R$ 5,95, e para 2025 a estimativa subiu de R$ 5,60 para R$ 5,77. Esses fatores indicam um ambiente de pressão inflacionária persistente que pode comprometer a recuperação econômica.
Com os dados do IPCA de novembro se aproximando e a reunião do Copom prevista, o mercado aguarda ansiosamente por sinais que possam indicar um possível alívio ou a continuidade do aperto na política monetária. A situação atual exige cautela e atenção redobrada dos investidores e da população em geral, que poderão enfrentar um cenário de inflação e juros elevados nos próximos anos.
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