Inflação desacelera para 0,39% em novembro, mas pressiona economia com 4,87% em 12 meses
Apesar da leve queda no índice mensal, a inflação acumulada ultrapassa o teto da meta, gerando incertezas para o futuro econômico.
A inflação no Brasil apresentou uma desaceleração em novembro, registrando um aumento de 0,39%, conforme os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, essa leve queda não é suficiente para aliviar as preocupações, uma vez que o índice acumulado em 12 meses atingiu 4,87%, ultrapassando o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5% ao ano.
O resultado mensal representa uma redução de 0,17 ponto percentual em relação ao mês anterior, quando a inflação foi de 0,56%. Apesar dessa desaceleração, a pressão inflacionária continua a ser um tema central nas discussões econômicas, especialmente com a proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reunirá para decidir sobre a taxa Selic. O mercado espera um aumento significativo na taxa de juros, que atualmente está em 11,25%, como uma medida para conter a inflação.
Os dados de novembro foram fortemente influenciados pelo aumento nos preços de alimentos e bebidas, que tiveram um impacto considerável no índice geral. As carnes, por exemplo, apresentaram uma alta de 8,02%, refletindo a escassez de oferta devido a uma menor disponibilidade de animais para abate e um aumento nas exportações. Essa situação tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade dos preços e o impacto no poder de compra da população.
Além disso, o grupo de transportes também contribuiu para a pressão inflacionária, com um aumento de 0,89%, impulsionado principalmente pela alta nas passagens aéreas, que subiram 22,65%. Essa situação é preocupante, pois a elevação nos custos de transporte pode impactar diretamente o preço de diversos produtos e serviços, exacerbando ainda mais a situação inflacionária.
Os analistas do mercado financeiro estão cada vez mais pessimistas em relação à trajetória da inflação. As previsões indicam que a inflação pode continuar a superar o teto da meta, levando a uma revisão nas expectativas de crescimento econômico. O cenário atual sugere que o país pode enfrentar um período prolongado de incertezas econômicas, com a inflação pressionando as finanças das famílias e as decisões de política monetária se tornando cada vez mais desafiadoras.
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