Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) apresentou e retirou projeto que visava alterar sistema eleitoral do Senado, afetando planos de Bolsonaro.
10 de Dezembro de 2024 às 15h09

Randolfe retira proposta que poderia impactar controle de Bolsonaro no Senado

Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) apresentou e retirou projeto que visava alterar sistema eleitoral do Senado, afetando planos de Bolsonaro.

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que ocupa a liderança do governo no Congresso Nacional, apresentou recentemente um projeto de lei que propunha mudanças significativas no sistema eleitoral do Senado Federal. No entanto, a proposta foi retirada uma semana após sua apresentação.

A proposta tinha como objetivo a introdução do voto único para as eleições em que dois terços das vagas do Senado são renovadas, o que ocorrerá em 2026. Atualmente, os eleitores têm direito a dois votos para senador, e os dois candidatos mais votados são eleitos. Randolfe argumentava que esse modelo favorece a concentração de poder, permitindo que todos os senadores de uma mesma unidade da federação pertençam ao mesmo grupo político, mesmo que uma parte significativa do eleitorado tenha outras preferências.

O projeto defendia a implementação do chamado voto único intransferível, onde cada eleitor teria direito a apenas um voto, e as duas vagas seriam preenchidas pelos candidatos mais votados. Segundo Randolfe, essa mudança poderia promover uma representação política mais plural e diversa, reduzindo os riscos de polarização e da “tirania da maioria”.

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Além disso, o texto do projeto apresentava precedentes históricos e internacionais que sustentavam a proposta. O senador mencionou que, durante o Brasil Imperial, mecanismos semelhantes foram utilizados para promover um maior equilíbrio político. Na Argentina, o Senado adota um modelo que combina maiorias e minorias, distribuindo cadeiras de forma proporcional entre os partidos mais votados.

Embora a proposta tenha gerado discussões sobre seu potencial impacto nos planos eleitorais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca assegurar maior controle no Senado, Randolfe retirou o projeto sem fornecer uma justificativa oficial. A estratégia de Bolsonaro envolve lançar candidatos competitivos em estados conservadores, e a adoção do voto único poderia fragmentar o apoio, dificultando essa estratégia.

O ex-presidente, que está em busca de formar uma maioria no Senado para viabilizar iniciativas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, tem incentivado aliados e familiares a se candidatarem, incluindo Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Michelle Bolsonaro (PL). A aprovação da proposta de Randolfe poderia ter reduzido a eficácia dessa estratégia eleitoral.

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