Gol planeja levantar R$ 11 bilhões após audiência de reestruturação em janeiro
A companhia aérea busca arrecadar US$ 1,85 bilhão em novos recursos após sair do Chapter 11, com votação prevista até fevereiro.
A Corte de Falências de Nova York agendou para o dia 15 de janeiro a audiência que discutirá o plano de reestruturação de dívida da Gol Linhas Aéreas. O plano, que possui mais de 300 páginas, visa a captação de US$ 1,85 bilhão (aproximadamente R$ 11,2 bilhões) em novos recursos após a companhia sair do Chapter 11, um mecanismo de recuperação judicial utilizado nos Estados Unidos para empresas em dificuldades financeiras, ao qual a Gol recorreu em janeiro deste ano.
Conforme o cronograma estabelecido pela corte, os credores que tiverem objeções ao plano devem apresentá-las por escrito até o dia 8 de janeiro. A votação do plano de reestruturação está prevista para ser concluída até 25 de fevereiro de 2025, com uma audiência de confirmação agendada para o dia 7 de março do mesmo ano.
Do total de recursos que a Gol pretende levantar, até US$ 330 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) serão obtidos por meio da emissão de novas ações, que poderão ser adquiridas por investidores. Na noite de segunda-feira, 9, a companhia anunciou que enviaria o plano para a corte americana.
O escritório de advocacia Milbank, que representa a Gol na Corte de Falências de Nova York, destacou que o objetivo da empresa é reduzir significativamente seu endividamento. Ao final do terceiro trimestre de 2023, a Gol registrou uma dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões.
A proposta de reestruturação prevê a conversão de capital ou a extinção de até US$ 1,7 bilhão (R$ 10,3 bilhões) da dívida financiada antes do início do processo de Chapter 11, além de até US$ 850 milhões (R$ 5,1 bilhões) de outras obrigações. A Abra, controladora da Gol e maior credora garantida, concordou em receber aproximadamente US$ 950 milhões (R$ 5,7 bilhões) em novas ações, dependendo da resolução de questões pendentes, além de US$ 850 milhões em dívida reestruturada. Isso em troca da satisfação dos créditos decorrentes de uma dívida no valor de US$ 2,8 bilhões (quase R$ 17 bilhões) que a holding reivindica.
Dentro do montante da dívida reestruturada, US$ 250 milhões (R$ 1,5 bilhão) serão obrigatoriamente convertidos em novas ações da Gol, conforme estipulado no plano de reestruturação anunciado em 6 de novembro. Este plano foi assinado pela Gol, pela Abra e pelo comitê de credores quirografários designados no Chapter 11.
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