Após cirurgia, Lula opta por não transferir cargo a Alckmin, apesar de estar na UTI. Saúde é considerada estável.
10 de Dezembro de 2024 às 18h33

Lula permanece na presidência mesmo internado; entenda a decisão do presidente

Após cirurgia, Lula opta por não transferir cargo a Alckmin, apesar de estar na UTI. Saúde é considerada estável.

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não transferir o exercício da presidência ao vice, Geraldo Alckmin (PSB), mesmo estando internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A decisão foi comunicada pela assessoria do Planalto na tarde desta terça-feira (10).

Lula, que passou por uma craniotomia na última segunda-feira (9) para a drenagem de um hematoma intracraniano, está consciente e se recupera bem. O médico responsável, Roberto Kalil, afirmou que o presidente está estável, acordado e conversando normalmente, sem apresentar sequelas após o procedimento, que durou cerca de duas horas.

O presidente foi internado após sentir dores de cabeça e realizar exames que revelaram a hemorragia, consequência de uma queda em sua residência ocorrida em outubro. Ele foi transferido para São Paulo para a realização da cirurgia, que transcorreu sem intercorrências.

Embora Lula esteja em recuperação, ele permanecerá sob observação na UTI por pelo menos 48 horas. A previsão é que receba alta no início da próxima semana e retorne a Brasília. Durante esse período, o presidente está em repouso e proibido de realizar atividades de trabalho, conforme orientação médica.

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A primeira-dama, Janja, está ao lado do presidente no hospital e relatou que ele se encontra otimista e em boa condição. “Ele está bem, estável e conversando”, afirmou Kalil em coletiva de imprensa.

A Constituição Federal estabelece regras específicas para a transferência do cargo de presidente ao vice, como em casos de viagens ao exterior que ultrapassem 15 dias ou impedimentos de saúde. No entanto, não há clareza sobre o que configura um impedimento de saúde. Por isso, Lula optou por não transmitir formalmente o cargo, já que a cirurgia e o afastamento não justificavam tal medida.

Esse cenário é semelhante a episódios anteriores na história recente do Brasil. Em janeiro de 2019, o então presidente Jair Bolsonaro se licenciou por 48 horas para a retirada de uma bolsa de colostomia, sem transferir o cargo. Em outra ocasião, ele também não transmitiu a presidência durante uma cirurgia de emergência no abdômen.

Por outro lado, na década de 1980, o então presidente João Figueiredo se afastou por mais de 30 dias para uma cirurgia cardíaca, período em que o vice Aureliano Chaves assumiu o cargo, gerando desconforto político entre os aliados de Figueiredo.

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