Presidente da Câmara destaca insatisfação no Congresso sobre novas regras de emendas e desafios para a aprovação do pacote fiscal
10 de Dezembro de 2024 às 20h33

Arthur Lira afirma que governo não possui votos para aprovar pacote fiscal

Presidente da Câmara destaca insatisfação no Congresso sobre novas regras de emendas e desafios para a aprovação do pacote fiscal

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou nesta terça-feira (10) que o governo federal não possui os votos necessários para a aprovação do pacote fiscal que foi enviado ao Congresso na semana passada. A afirmação ocorre em um contexto de crescente insatisfação entre deputados e senadores em relação às novas regras estabelecidas para o repasse de emendas parlamentares.

Lira enfatizou que o tema é controverso, afirmando: “O acerto é que não tem votos. O assunto é polêmico, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) é polêmico, o abono é polêmico, o salário mínimo é polêmico. É um assunto que ferve, além de toda a instabilidade pela não aplicação de uma lei que foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República”.

A declaração do presidente da Câmara reflete a dificuldade que o governo enfrenta para avançar com suas propostas, especialmente em um cenário onde as novas regras para o pagamento de emendas têm gerado descontentamento entre os parlamentares. Na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia liberado o pagamento das emendas, após um período de quase quatro meses de suspensão, mas impôs novas diretrizes que não agradaram a todos os membros do Legislativo.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

“O problema não é dinheiro, emenda ou portaria. O Congresso tem suas atribuições e responsabilidades. Projetos chegaram há poucos dias”, destacou Lira, ressaltando que a resistência à aprovação do pacote fiscal não se deve apenas às emendas, mas também à natureza sensível dos temas abordados nas propostas do governo.

O pacote fiscal, que visa economizar R$ 370 bilhões até 2030, é considerado uma prioridade pela equipe econômica do governo. No entanto, a tramitação das propostas enfrenta dificuldades, especialmente em um ambiente político marcado por tensões e divergências entre os diferentes partidos. Lira também mencionou que a dificuldade em aprovar requerimentos de urgência na semana passada é um indicativo dos desafios que o governo terá que superar para avançar com suas iniciativas.

Além disso, a insatisfação no Congresso se intensifica à medida que os parlamentares buscam maior clareza e transparência nas regras de repasse de emendas. A Advocacia-Geral da União (AGU) havia solicitado ao STF uma reconsideração das novas diretrizes, mas o pedido foi negado, o que contribui para o clima de tensão entre os poderes.

Com isso, a expectativa é que as discussões sobre o pacote fiscal e as emendas continuem a dominar a agenda política nas próximas semanas, enquanto o governo tenta encontrar um caminho viável para garantir a aprovação de suas propostas em meio a um cenário de incertezas e desafios.

Veja também:

Tópicos: