Projeto em análise no Senado busca estabelecer normas para o uso de inteligência artificial, impactando empresas e inovação no país.
10 de Dezembro de 2024 às 23h33

Senado avança na regulamentação da inteligência artificial e suas implicações no Brasil

Projeto em análise no Senado busca estabelecer normas para o uso de inteligência artificial, impactando empresas e inovação no país.

O Senado Federal do Brasil iniciou a análise de um projeto de lei que visa criar um marco regulatório para o uso da inteligência artificial (IA) no país. A proposta, apresentada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), integra elementos de outras sete iniciativas legislativas já existentes.

O projeto tem como objetivo estabelecer diretrizes claras para o desenvolvimento e a utilização de tecnologias de IA, buscando garantir a segurança e a ética no uso dessas ferramentas. A regulamentação proposta inclui a criação do Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), que será responsável por supervisionar e fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas.

Entre os principais pontos do projeto, destaca-se a definição de tecnologias consideradas de alto risco, que exigirão uma regulação mais rigorosa. Esses sistemas são aqueles que podem causar danos significativos às pessoas ou à sociedade, como ferramentas utilizadas em processos de seleção de estudantes, recrutamento de emprego e gestão de serviços públicos.

O SIA será composto por diversas entidades, incluindo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e outros órgãos do Poder Executivo, além de especialistas em inteligência artificial. Essa estrutura visa garantir uma supervisão eficaz e a implementação de medidas que mitiguem riscos associados ao uso da IA.

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O projeto também prevê sanções para empresas que não cumprirem as regras estabelecidas, incluindo multas que podem chegar a R$ 50 milhões ou 2% do faturamento da empresa. Além disso, a proposta proíbe a utilização de sistemas de IA em áreas sensíveis, como armas autônomas e avaliações de risco de cometimento de crimes.

Outro aspecto importante abordado na proposta é a proteção dos direitos autorais. Quando conteúdos protegidos forem utilizados para treinar sistemas de IA, as empresas deverão remunerar os titulares das obras, respeitando princípios de razoabilidade e proporcionalidade. Essa medida busca equilibrar a inovação tecnológica com os direitos dos criadores.

O projeto ainda não foi aprovado, mas já gera discussões sobre como a regulamentação pode impactar o desenvolvimento de iniciativas de inteligência artificial no Brasil. Especialistas apontam que a criação de um marco regulatório pode incentivar a inovação, ao mesmo tempo em que garante a segurança e a ética no uso dessas tecnologias.

Com a tramitação do projeto, espera-se que o Brasil se posicione de forma mais clara no cenário global de regulamentação da inteligência artificial, alinhando-se a outras nações que já adotaram medidas semelhantes. A expectativa é que a nova legislação promova um ambiente favorável para o crescimento de startups e empresas que atuam no setor de tecnologia, ao mesmo tempo em que protege os direitos dos cidadãos e a integridade social.

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