Censo 2022 revela que um em cada cinco brasileiros reside em imóveis alugados
Dados do IBGE mostram que 20,9% da população vive em casas alugadas, aumento de 8,6 pontos em 22 anos.
O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (12), revela que um em cada cinco brasileiros, ou 20,9% da população, mora em imóveis alugados. Este número representa um aumento significativo em relação aos dados de 2010, quando a proporção era de 16,4%.
O crescimento no número de pessoas vivendo em casas alugadas é notável, especialmente quando se considera que, em 2000, essa taxa era de apenas 12,3%. A pesquisa indica que, apesar da predominância da moradia própria, que ainda abrange 72,9% da população, o aluguel tem se tornado uma opção cada vez mais comum entre os brasileiros.
Os dados também mostram que a maior concentração de moradores em imóveis alugados está na região Centro-Oeste, onde 26,7% da população reside em casas alugadas. O Distrito Federal se destaca com 30,1% de seus habitantes vivendo nessa condição, enquanto o Piauí apresenta a menor taxa, com apenas 9,8%.
Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) lidera a lista, com 45,2% de sua população vivendo em imóveis alugados. Em contraste, Cametá (PA) registra a menor proporção, com apenas 3,1% de moradores em aluguel. Lucas do Rio Verde (MT) também se destaca, com mais da metade de sua população (52%) residindo em imóveis alugados.
A pesquisa ainda revela que a faixa etária de 25 a 29 anos é a que mais recorre ao aluguel, com 30,3% dos jovens nessa faixa vivendo em residências alugadas. A tendência é que essa porcentagem diminua com o aumento da idade, caindo para 20,2% entre aqueles de 40 a 44 anos. O ciclo de vida, que inclui a saída da casa dos pais e a entrada no mercado de trabalho, é um fator que contribui para essa realidade.
Os dados do Censo também indicam que, entre as pessoas que vivem em imóveis alugados, a maioria é composta por famílias com crianças. Aproximadamente 38,5% dos lares alugados têm pelo menos uma criança de 0 a 14 anos. Além disso, 27,8% dos domicílios são ocupados por pessoas que vivem sozinhas.
Em relação aos imóveis próprios, o Censo mostra que 63,6% da população vive em casas já quitadas, herdadas ou ganhas, enquanto 9,1% reside em imóveis que ainda estão sendo financiados. O aumento da moradia própria foi observado entre 1980 e 2000, mas a tendência se inverteu nas últimas décadas, resultando em uma proporção de 72,9% em 2022.
Os dados também revelam que as condições de moradia melhoraram ao longo dos anos. A pesquisa indica que 87% dos brasileiros vivem em casas com revestimento, um aumento em relação aos 79% registrados há doze anos. Além disso, a maioria da população reside em casas com cinco a nove cômodos, refletindo uma melhoria na qualidade das habitações.
Essas informações do Censo 2022 ressaltam a mudança no perfil habitacional do Brasil, evidenciando a crescente importância do aluguel como uma opção viável para muitos brasileiros, especialmente em um cenário econômico desafiador.
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