Censo 2022 revela que população indígena urbana no Brasil cresceu 181% em 12 anos
Dados do IBGE mostram que 54% dos indígenas residem em áreas urbanas, um aumento significativo desde 2010.
O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que a população indígena residente no Brasil alcançou 1.694.836 pessoas, um crescimento de 88,89% em relação a 2010. Deste total, 914.746 indivíduos, ou 54%, vivem em áreas urbanas, representando um aumento de 181,6% desde o último censo.
Em 2010, a população indígena era de 896.917 pessoas, das quais apenas 324.834 residiam em áreas urbanas. Essa mudança demográfica reflete um movimento significativo de urbanização entre os povos indígenas, que agora buscam melhores condições de vida, acesso à educação e oportunidades de trabalho.
O estudo do IBGE também destaca que a população indígena rural cresceu, embora em um ritmo menor, com 780 mil indígenas vivendo em áreas rurais, o que representa 46% do total. Em 2010, esse percentual era de 63,8%. O aumento na população rural foi de 36,3%, com 208.007 pessoas a mais registradas.
As regiões do Brasil mostram uma distribuição desigual da população indígena. O Norte concentra 44,48% dos indígenas, totalizando 753.780 pessoas, enquanto o Nordeste abriga 31,22% (529.128). O Centro-Oeste tem 11,81% (200.153), o Sudeste 7,28% (123.434) e o Sul 5,21% (88.341).
Além do crescimento populacional, o Censo revelou que a maioria dos indígenas tem menos de 30 anos. Aproximadamente 950.864 indígenas têm entre zero e 29 anos, sendo que 507.590 estão na faixa etária de zero a 14 anos, representando 29,95% da população indígena total.
Os dados também indicam que 63,25% dos indígenas residem fora de terras oficialmente demarcadas. A maioria, 78,8%, vive em áreas urbanas, enquanto 21,2% reside em áreas rurais. Os estados com maior concentração de indígenas em terras demarcadas são Amazonas, Roraima e Mato Grosso do Sul, que juntos somam 46,48% da população indígena em terras indígenas.
O IBGE enfatiza que esses dados são cruciais para a formulação de políticas públicas voltadas para a educação, saúde e assistência social, visando atender às necessidades específicas dessa população. A urbanização dos indígenas também levanta questões sobre o acesso a serviços básicos, como saúde e saneamento, que ainda são desiguais em comparação com a população geral.
Em relação à alfabetização, a taxa entre a população indígena de 15 anos ou mais subiu de 76,60% em 2010 para 84,95% em 2022. Apesar do progresso, o analfabetismo ainda é uma preocupação, com 15,05% da população indígena sem habilidades de leitura e escrita.
Os dados do Censo 2022 são um reflexo das mudanças sociais e demográficas que os povos indígenas enfrentam no Brasil, revelando a necessidade de um olhar atento para suas realidades e desafios contemporâneos.
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