Dados do Censo Demográfico 2022 mostram que 20,9% da população vive em imóveis alugados.
12 de Dezembro de 2024 às 11h45

Censo 2022: Queda na casa própria e aumento de moradores em aluguel no Brasil

Dados do Censo Demográfico 2022 mostram que 20,9% da população vive em imóveis alugados.

O Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela uma mudança significativa no perfil habitacional dos brasileiros. O número de pessoas que residem em casas alugadas subiu para 20,9%, um aumento de 8,6 pontos percentuais em relação a 2010, quando essa proporção era de 12,3%. Em contrapartida, a porcentagem de brasileiros vivendo em casas próprias caiu de 75,2% em 2010 para 72,9% em 2022.

Os dados mostram que, atualmente, aproximadamente 146,9 milhões de brasileiros moram em imóveis próprios, enquanto 42,2 milhões residem em propriedades alugadas. Essa tendência de aumento no aluguel é observada em diversas faixas etárias, mas é especialmente pronunciada entre os jovens de 25 a 29 anos, onde 30,3% dessa população vive em residências alugadas.

Os pesquisadores do IBGE atribuem essa mudança ao ciclo de vida e às condições econômicas. O ingresso no mercado de trabalho leva muitos jovens a deixar a casa dos pais e optar por aluguéis, uma alternativa que se torna mais viável em tempos de incerteza financeira. O publicitário Pedro Pires, de 25 anos, exemplifica essa situação. Após deixar a casa da família no Rio de Janeiro, ele alugou um quarto e sala, mas atualmente, após a formatura, vive com o namorado em um apartamento alugado, adiando o sonho da casa própria devido à falta de emprego.

Além disso, a pesquisa indica que o perfil dos lares alugados é predominantemente composto por famílias de um ou dois adultos, muitas vezes com crianças. Aproximadamente 38,5% dos domicílios alugados têm pelo menos uma criança de 0 a 14 anos, enquanto 27,8% são formados por pessoas que vivem sozinhas.

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Outro dado relevante do Censo 2022 é a tendência de diminuição do número de moradores por domicílio. As residências com até três cômodos estão em declínio, enquanto as que possuem até cinco cômodos estão em ascensão. Essa mudança reflete uma adaptação às novas dinâmicas familiares e às preferências habitacionais.

O Censo também revela que a maioria da população brasileira ainda reside em domicílios próprios, com 72,7% dos brasileiros vivendo em casas que já foram pagas, herdadas ou ganhas. No entanto, o aumento do aluguel é um fenômeno que se intensifica, especialmente nas regiões onde as condições econômicas são mais desafiadoras.

O Norte do Brasil apresenta a maior proporção de residentes em casas próprias, com 72,1%, enquanto o Centro-Oeste tem a menor, com apenas 51,7% de sua população vivendo em imóveis próprios. O Distrito Federal, por sua vez, registra a maior taxa de moradores em imóveis alugados, com 30,1%.

Esses dados do Censo 2022 não apenas refletem as mudanças nas condições habitacionais, mas também trazem à tona questões sociais e econômicas que afetam a vida de milhões de brasileiros. A crescente dependência do aluguel pode indicar uma necessidade urgente de políticas habitacionais que garantam acesso à moradia digna e acessível para todos.

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