Israel ordena permanência de tropas na zona desmilitarizada da Síria durante o inverno
Ministro da Defesa, Israel Katz, determina que Exército se prepare para permanecer na região até fevereiro, após queda de Assad.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, emitiu uma ordem nesta sexta-feira para que o Exército se prepare para permanecer na zona desmilitarizada entre Israel e Síria, localizada no planalto das Colinas do Golã. Essa decisão ocorre em um contexto de instabilidade na região, especialmente após a recente derrubada do governo de Bashar al-Assad por insurgentes sírios.
A zona desmilitarizada, que é patrulhada pela ONU, foi parcialmente tomada por Israel após a queda de Assad, que ocorreu no último domingo. Desde então, Israel intensificou suas ações militares, realizando centenas de bombardeios contra instalações militares sírias, com o objetivo de evitar que essas forças caiam nas mãos de grupos rebeldes.
A permanência das tropas israelenses na região coincide com a retirada de forças do sul do Líbano, após um cessar-fogo com o movimento xiita Hezbollah. O Exército israelense, que já está em conflito com o grupo palestino Hamas em Gaza, vê a situação na Síria como uma ameaça à segurança nacional.
Em um comunicado, Katz enfatizou a importância de manter a presença militar no cume do Monte Hermon, afirmando que “tudo deve ser feito para garantir a prontidão do Exército lá, para que os combatentes possam permanecer no local apesar das difíceis condições climáticas do inverno do norte”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se manifestou sobre a situação, afirmando que a queda do governo de Assad criou um “vácuo” na fronteira de Israel com a zona neutra. Netanyahu destacou que a presença militar israelense na região é uma medida temporária, até que uma força de manutenção da paz possa ser estabelecida para garantir o acordo de 1974, que prevê a separação das forças israelenses das sírias.
As Colinas do Golã, que pertenciam à Síria, foram tomadas por Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e sua posição foi reforçada na guerra de 1973. Em 1981, Israel anexou parte desse território estratégico, uma ação que não é reconhecida pela comunidade internacional, exceto por Israel e pelos Estados Unidos.
Recentemente, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a mobilização de tropas israelenses na zona de contenção das Colinas do Golã “constitui uma violação” do acordo de 1974 entre Israel e Síria, o que levanta preocupações sobre a escalada do conflito na região.
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