Ministro da Defesa, Israel Katz, determina que Exército se prepare para permanecer na região até fevereiro, após queda de Assad.
13 de Dezembro de 2024 às 08h56

Israel ordena permanência de tropas na zona desmilitarizada da Síria durante o inverno

Ministro da Defesa, Israel Katz, determina que Exército se prepare para permanecer na região até fevereiro, após queda de Assad.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, emitiu uma ordem nesta sexta-feira para que o Exército se prepare para permanecer na zona desmilitarizada entre Israel e Síria, localizada no planalto das Colinas do Golã. Essa decisão ocorre em um contexto de instabilidade na região, especialmente após a recente derrubada do governo de Bashar al-Assad por insurgentes sírios.

A zona desmilitarizada, que é patrulhada pela ONU, foi parcialmente tomada por Israel após a queda de Assad, que ocorreu no último domingo. Desde então, Israel intensificou suas ações militares, realizando centenas de bombardeios contra instalações militares sírias, com o objetivo de evitar que essas forças caiam nas mãos de grupos rebeldes.

A permanência das tropas israelenses na região coincide com a retirada de forças do sul do Líbano, após um cessar-fogo com o movimento xiita Hezbollah. O Exército israelense, que já está em conflito com o grupo palestino Hamas em Gaza, vê a situação na Síria como uma ameaça à segurança nacional.

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Em um comunicado, Katz enfatizou a importância de manter a presença militar no cume do Monte Hermon, afirmando que “tudo deve ser feito para garantir a prontidão do Exército lá, para que os combatentes possam permanecer no local apesar das difíceis condições climáticas do inverno do norte”.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se manifestou sobre a situação, afirmando que a queda do governo de Assad criou um “vácuo” na fronteira de Israel com a zona neutra. Netanyahu destacou que a presença militar israelense na região é uma medida temporária, até que uma força de manutenção da paz possa ser estabelecida para garantir o acordo de 1974, que prevê a separação das forças israelenses das sírias.

As Colinas do Golã, que pertenciam à Síria, foram tomadas por Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967 e sua posição foi reforçada na guerra de 1973. Em 1981, Israel anexou parte desse território estratégico, uma ação que não é reconhecida pela comunidade internacional, exceto por Israel e pelos Estados Unidos.

Recentemente, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que a mobilização de tropas israelenses na zona de contenção das Colinas do Golã “constitui uma violação” do acordo de 1974 entre Israel e Síria, o que levanta preocupações sobre a escalada do conflito na região.

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