Netinho Reis, alvo da operação, tentou ocultar aparelhos em freezer; investigações apuram compra de votos
13 de Dezembro de 2024 às 14h58

Prefeito de Caxias esconde celular na geladeira durante operação da PF

Netinho Reis, alvo da operação, tentou ocultar aparelhos em freezer; investigações apuram compra de votos

A Policia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (13) uma operação que promete agitar a política da Baixada Fluminense. O prefeito eleito de Duque de Caxias, Netinho Reis (MDB), foi flagrado tentando esconder dois celulares em seu freezer, ao lado de potes de sorvete, durante as buscas realizadas pelos agentes. A cena inusitada chamou a atenção e gerou comentários sobre a criatividade do político em tentar ocultar provas.

A operação, batizada de Tâmis, visa desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em práticas ilícitas, como a compra de votos e lavagem de dinheiro. Além de Netinho Reis, a operação também mira o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, e a vereadora Fernanda Izabel da Costa, filha do notório traficante Fernandinho Beira-Mar.

As investigações tiveram início em outubro, após a prisão de um homem em flagrante com R$ 1,9 milhão em espécie, que levantou suspeitas sobre um esquema de compra de votos em Duque de Caxias. A PF descobriu que o suspeito fazia parte de uma rede criminosa que opera na região há anos, envolvendo políticos e empresários em um esquema que movimentou milhões de reais de forma ilegal.

De acordo com a PF, as empresas contratadas pelo poder público eram utilizadas para repassar recursos a candidatos, garantindo a permanência do grupo no controle das prefeituras e câmaras municipais em cidades como Duque de Caxias e São João de Meriti. As investigações revelam que o esquema se estende por diversos anos, com indícios de que as práticas ilícitas eram uma constante na política local.

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Os crimes investigados incluem organização criminosa, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. A operação cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em diversos endereços, incluindo residências de políticos e empresas envolvidas no esquema.

Após a apreensão dos celulares, Netinho Reis se manifestou, afirmando que todas as contas de sua campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e que não tem nada a temer. Ele se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sobre as acusações que pesam contra ele.

Washington Reis, por sua vez, também negou qualquer envolvimento em irregularidades, afirmando que atua de forma técnica e focada nas atribuições de sua secretaria. A Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro emitiu uma nota defendendo a integridade do secretário, que, segundo a nota, “jamais esteve envolvido em qualquer prática irregular relacionada à compra de votos”.

Enquanto isso, a população de Duque de Caxias aguarda ansiosamente por desdobramentos dessa operação que promete trazer à tona os bastidores da política local e as relações entre poder público e crime organizado.

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