Intervenção da autoridade monetária injetou US$ 845 milhões no mercado cambial
13 de Dezembro de 2024 às 18h04

Dólar fecha em alta a R$ 6,03, mesmo após leilão do Banco Central

Intervenção da autoridade monetária injetou US$ 845 milhões no mercado cambial

O dólar encerrou a sexta-feira (13) em alta, cotado a R$ 6,03, refletindo uma valorização de 0,43% em relação ao dia anterior. A moeda americana apresentou um movimento de alta mesmo após a intervenção do Banco Central, que anunciou um leilão extraordinário no meio da tarde, injetando US$ 845 milhões no mercado à vista.

Durante o leilão, que teve uma janela de captação de apenas cinco minutos, o dólar chegou a atingir a marca de R$ 6,07, mas logo após a intervenção, a alta foi suavizada. No total, foram aceitas nove propostas, com a autoridade monetária oferecendo US$ 1 bilhão, mas não consumindo todo o valor disponível.

Gustavo Okuyama, gestor de renda fixa da Porto Asset, comentou sobre a sazonalidade do mercado de câmbio neste período do ano. Segundo ele, “há uma demanda por dólares muito maior, especialmente devido ao pagamento de dividendos, que requer uma maior quantidade de moeda estrangeira”. Okuyama destacou que intervenções como essa são comuns no final do ano.

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O especialista em câmbio da Genial Investimentos, Luan Aral, acrescentou que a decisão do Banco Central de realizar o leilão foi uma medida preventiva. “O não consumo total da linha mostra que o leilão foi realizado para conter uma demanda pontual. Se um grande player entrasse no mercado com uma demanda elevada, poderíamos ver o câmbio alcançando novas máximas históricas”, afirmou.

Além disso, a pressão sobre o dólar também se deve à incerteza em relação à política fiscal do governo. Analistas apontam que a tramitação de reformas no Congresso está em pauta, mas enfrenta resistência. Okuyama ressaltou que “a preocupação com a questão fiscal já perdura há alguns meses e, com o fim do trabalho legislativo se aproximando, a pressão sobre o câmbio se intensifica”.

A taxa de juros interbancária (DI), que reflete as expectativas do mercado em relação à Selic, também está em alta, com projeções indicando que a taxa pode ultrapassar os 15% em 2025. Essa situação reflete um ciclo de aperto monetário que pode impactar ainda mais a dinâmica do câmbio.

Com a moeda americana mantendo-se acima do patamar de R$ 6, a expectativa é de que o Banco Central continue monitorando o fluxo de dólares no mercado, realizando intervenções conforme necessário para estabilizar a moeda nacional. A volatilidade do câmbio deve permanecer, especialmente em um cenário de incertezas políticas e econômicas.

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