Bolsonaro critica prisão de Braga Netto e questiona obstrução de investigações
Ex-presidente se manifesta nas redes sociais após detenção do general pela PF neste sábado
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, utilizou suas redes sociais na noite deste sábado (14) para criticar a prisão do general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa durante seu governo e seu candidato à vice-presidência nas eleições de 2022. A detenção de Braga Netto ocorreu em uma operação da Polícia Federal (PF), que investiga sua suposta tentativa de obstruir investigações relacionadas ao inquérito sobre um plano golpista.
Braga Netto foi preso sob a suspeita de ter buscado informações da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em sua publicação, o ex-presidente questionou: “Há mais de 10 dias, o ‘Inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao Ministério Público. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”
A prisão do general foi realizada na manhã deste sábado em sua residência, localizada no bairro de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Além do mandado de prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a realização de buscas em sua casa. O Exército informou que o ex-ministro ficará sob custódia da Força, no Comando da 1ª Divisão de Exército do Rio de Janeiro.
A defesa de Braga Netto se manifestou em nota, afirmando que “se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida” e expressou confiança na observância do devido processo legal. “Teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, completou a defesa.
A investigação que apura a tentativa de golpe de Estado organizada por aliados de Bolsonaro foi concluída pela PF, resultando no indiciamento de 40 pessoas. Os indiciados enfrentam acusações de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
As evidências coletadas pela PF foram obtidas ao longo de quase dois anos, por meio de quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaborações premiadas, buscas e apreensões, todas autorizadas pelo Poder Judiciário.
O grupo investigado se dividia em núcleos com o objetivo de espalhar desinformação sobre o processo eleitoral, incitar militares a aderirem ao plano golpista, monitorar alvos como o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de elaborar uma minuta que fundamentaria juridicamente a iniciativa golpista.
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