Ricardo Nunes (MDB) sugere que a tarifa de ônibus, congelada em R$ 4,40 desde 2020, pode ser reajustada em breve.
16 de Dezembro de 2024 às 14h25

Prefeito de São Paulo indica possível aumento na tarifa de ônibus para 2025

Ricardo Nunes (MDB) sugere que a tarifa de ônibus, congelada em R$ 4,40 desde 2020, pode ser reajustada em breve.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta segunda-feira (16) que a tarifa de ônibus da capital paulista poderá sofrer um reajuste no próximo ano. Desde janeiro de 2020, o valor permanece congelado em R$ 4,40, e Nunes afirmou que qualquer aumento não será integralmente baseado na inflação acumulada durante esse período.

Em entrevista à Globonews, o prefeito declarou: “Estamos vendo a possibilidade de não fazer a correção da inflação, ou não fazer a correção de toda a inflação. Já estamos no quarto ano consecutivo sem correção. Aumento não terá, mas pode ter parte da correção da inflação”.

Atualmente, a inflação acumulada em São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), é de 32,77%. Isso implica que, se a tarifa fosse ajustada para refletir toda a inflação, o novo valor da passagem seria de pelo menos R$ 5,84. Contudo, Nunes garantiu que o reajuste não ocorrerá dessa forma.

“O esforço que estamos fazendo é de 1º: aumento real (acima da inflação do período de 4 anos) não terá. 2º: se não conseguirmos manter sem a correção da inflação, será abaixo do índice. Até o final do mês teremos os estudos para tomar a decisão”, afirmou o prefeito.

A tarifa de ônibus na cidade de São Paulo foi mantida em R$ 4,40 durante quatro anos, o que representa o maior período de congelamento desde a implementação do Plano Real. O último aumento ocorreu na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB).

O congelamento da tarifa gerou um aumento significativo nos subsídios pagos pela Prefeitura às empresas de ônibus. Até outubro deste ano, os gastos com subsídios atingiram R$ 5,6 bilhões, superando os R$ 5,3 bilhões desembolsados em todo o ano anterior. A previsão é que esse valor ultrapasse R$ 6 bilhões até o final de 2024, estabelecendo um novo recorde histórico.

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Segundo dados da SPTrans, o aumento nos subsídios reflete não apenas o congelamento tarifário, mas também custos elevados devido à pandemia de Covid-19, que impactaram a arrecadação do sistema de transporte público. A Prefeitura de São Paulo destacou que os recursos subsidiam iniciativas como o programa “Domingão Tarifa Zero”, que já beneficiou milhões de pessoas, além de integrações gratuitas e descontos para idosos, estudantes e pessoas com deficiência.

Para o orçamento de 2025, a previsão é de R$ 6,4 bilhões destinados a subsídios tarifários, mas essa proposta ainda precisa ser aprovada pela Câmara Municipal. O prefeito Nunes enfatizou que, apesar da intenção de manter a tarifa congelada, é necessário considerar todos os dados e custos envolvidos, incluindo os impactos sobre áreas essenciais como saúde e educação.

“Minha ideia é manter [a tarifa em R$ 4,40], mas eu não poderia ser irresponsável sem antes olhar todos os dados, dissídios de funcionários, valor do diesel, todo o custo, para saber se a gente pode manter. Porque eu não posso tirar da saúde, da educação, da habitação. Preciso governar mantendo todas as pastas equilibradas”, ressaltou Nunes.

Desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), os reajustes na tarifa de ônibus têm sido definidos em conjunto com o governo estadual, visando a equiparação dos valores das tarifas dos transportes municipais e estaduais. Contudo, em 2024, Nunes optou por manter a tarifa congelada, mesmo com o aumento para R$ 5,00 promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos outros modais de transporte que atendem à cidade.

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