Prefeito de São Paulo indica possível aumento na tarifa de ônibus para 2025
Ricardo Nunes (MDB) sugere que a tarifa de ônibus, congelada em R$ 4,40 desde 2020, pode ser reajustada em breve.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou nesta segunda-feira (16) que a tarifa de ônibus da capital paulista poderá sofrer um reajuste no próximo ano. Desde janeiro de 2020, o valor permanece congelado em R$ 4,40, e Nunes afirmou que qualquer aumento não será integralmente baseado na inflação acumulada durante esse período.
Em entrevista à Globonews, o prefeito declarou: “Estamos vendo a possibilidade de não fazer a correção da inflação, ou não fazer a correção de toda a inflação. Já estamos no quarto ano consecutivo sem correção. Aumento não terá, mas pode ter parte da correção da inflação”.
Atualmente, a inflação acumulada em São Paulo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), é de 32,77%. Isso implica que, se a tarifa fosse ajustada para refletir toda a inflação, o novo valor da passagem seria de pelo menos R$ 5,84. Contudo, Nunes garantiu que o reajuste não ocorrerá dessa forma.
“O esforço que estamos fazendo é de 1º: aumento real (acima da inflação do período de 4 anos) não terá. 2º: se não conseguirmos manter sem a correção da inflação, será abaixo do índice. Até o final do mês teremos os estudos para tomar a decisão”, afirmou o prefeito.
A tarifa de ônibus na cidade de São Paulo foi mantida em R$ 4,40 durante quatro anos, o que representa o maior período de congelamento desde a implementação do Plano Real. O último aumento ocorreu na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB).
O congelamento da tarifa gerou um aumento significativo nos subsídios pagos pela Prefeitura às empresas de ônibus. Até outubro deste ano, os gastos com subsídios atingiram R$ 5,6 bilhões, superando os R$ 5,3 bilhões desembolsados em todo o ano anterior. A previsão é que esse valor ultrapasse R$ 6 bilhões até o final de 2024, estabelecendo um novo recorde histórico.
Segundo dados da SPTrans, o aumento nos subsídios reflete não apenas o congelamento tarifário, mas também custos elevados devido à pandemia de Covid-19, que impactaram a arrecadação do sistema de transporte público. A Prefeitura de São Paulo destacou que os recursos subsidiam iniciativas como o programa “Domingão Tarifa Zero”, que já beneficiou milhões de pessoas, além de integrações gratuitas e descontos para idosos, estudantes e pessoas com deficiência.
Para o orçamento de 2025, a previsão é de R$ 6,4 bilhões destinados a subsídios tarifários, mas essa proposta ainda precisa ser aprovada pela Câmara Municipal. O prefeito Nunes enfatizou que, apesar da intenção de manter a tarifa congelada, é necessário considerar todos os dados e custos envolvidos, incluindo os impactos sobre áreas essenciais como saúde e educação.
“Minha ideia é manter [a tarifa em R$ 4,40], mas eu não poderia ser irresponsável sem antes olhar todos os dados, dissídios de funcionários, valor do diesel, todo o custo, para saber se a gente pode manter. Porque eu não posso tirar da saúde, da educação, da habitação. Preciso governar mantendo todas as pastas equilibradas”, ressaltou Nunes.
Desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), os reajustes na tarifa de ônibus têm sido definidos em conjunto com o governo estadual, visando a equiparação dos valores das tarifas dos transportes municipais e estaduais. Contudo, em 2024, Nunes optou por manter a tarifa congelada, mesmo com o aumento para R$ 5,00 promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos outros modais de transporte que atendem à cidade.
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