Moraes estende investigação das fake news por mais 180 dias para conclusão
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, determina prazos adicionais para a apuração do 'Gabinete do Ódio' e depoimentos.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 180 dias o inquérito que investiga a disseminação de fake news e a atuação do chamado 'Gabinete do Ódio', um suposto grupo que teria operado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira, 16 de outubro.
A prorrogação tem como objetivo permitir a conclusão das investigações, que incluem a oitiva de mais de 20 pessoas e a análise de dados obtidos por meio de quebras de sigilo bancário e fiscal. Segundo a decisão de Moraes, a investigação busca comprovar a existência, o financiamento e o modus operandi do grupo mencionado.
“Com a finalidade de finalizar as investigações sobre a comprovação da existência, o financiamento e modus operandi do 'Gabinete do Ódio', o Inquérito 4781 foi prorrogado pelo Ministro Alexandre de Moraes por 180 dias, com a determinação de oitiva de mais 20 pessoas, a complementação da análise das informações obtidas mediante a quebra de sigilo fiscal e bancário e o término das diversas diligências em andamento na Polícia Federal”, afirmou o ministro em sua decisão.
O inquérito das fake news foi instaurado em março de 2019 e, desde então, tramita em sigilo. A investigação apura a disseminação de informações falsas na internet e as ameaças feitas a ministros do STF, além de possíveis crimes relacionados à calúnia e difamação.
Com a nova prorrogação, o inquérito completará seis anos em 2025, levantando questionamentos sobre a eficiência e a celeridade das investigações. A expectativa é que as oitivas e as análises de dados contribuam para esclarecer os fatos e identificar todos os envolvidos nas ações investigadas.
O STF, por meio de Moraes, tem enfrentado críticas e apoio em igual medida, refletindo a polarização política no país. A continuidade das investigações é vista como um passo importante para a responsabilização de possíveis envolvidos na disseminação de informações falsas e na prática de crimes contra a honra de figuras públicas.
A decisão de Moraes também vem em um momento em que a sociedade civil e órgãos de controle clamam por maior transparência e efetividade nas investigações sobre fake news, um fenômeno que tem impactado a democracia e a integridade das instituições brasileiras.
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