O dólar sobe para R$ 6,14, impulsionado por remessas e a espera da conclusão das votações do pacote fiscal na Câmara.
18 de Dezembro de 2024 às 11h19

Dólar avança a R$ 6,14 com remessas e expectativa sobre pacote fiscal

O dólar sobe para R$ 6,14, impulsionado por remessas e a espera da conclusão das votações do pacote fiscal na Câmara.

O dólar segue sua trajetória de alta e alcança R$ 6,1412, registrando um aumento de 0,74% no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 18. Após uma abertura que se aproximou da estabilidade, a moeda norte-americana é impulsionada pela demanda cambial, especialmente por parte de empresas e fundos que buscam realizar remessas de dividendos ao exterior antes das festividades de fim de ano.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, expressou sua preocupação com a cotação do dólar acima de R$ 6,00, destacando os impactos diretos que isso pode ter sobre os preços e a inflação. Em entrevista ao Valor Econômico, Mello afirmou: “É evidente que uma taxa acima de R$ 6 nos preocupa, com os impactos em preços. Temos que trabalhar, aprovando as medidas que enviamos para o Congresso, demonstrando sempre que possível o nosso compromisso com equilíbrio fiscal e com a retomada dos superávits primários”.

Os juros futuros apresentam um comportamento misto, com os curtos em alta e os longos em baixa, após a análise das condições das ofertas dos leilões de compra e venda de títulos que serão realizados pelo Tesouro nesta quarta-feira. Vale ressaltar que, pela primeira vez desde maio de 2020, durante a pandemia de Covid-19, o órgão decidiu cancelar um leilão tradicional de títulos públicos, anunciando intervenções para acalmar o estresse do mercado em meio às discussões sobre o pacote fiscal.

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Os investidores permanecem cautelosos enquanto aguardam a conclusão das votações do pacote fiscal e das leis orçamentárias no Congresso. Na terça-feira, a Câmara aprovou o primeiro dos três projetos do pacote fiscal, restando ainda duas propostas a serem votadas nesta quarta: uma que estabelece um teto de 2,5% de valorização real do salário mínimo e outra que endurece as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com medidas complementares. O Congresso também deve analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

A expectativa em torno da decisão de juros do Federal Reserve, marcada para as 16h, e os sinais que seu presidente, Jerome Powell, possa emitir sobre os próximos passos do Banco Central americano, também contribuem para a cautela dos investidores. O mercado aguarda um corte de 25 pontos-base, que colocaria a taxa de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, além de possíveis indicações sobre mudanças de política monetária com a nova administração de Donald Trump, que assumirá em janeiro e promete implementar tarifas, inclusive sobre o Brasil, o que é visto como um fator potencialmente inflacionário.

Atualmente, não há leilão cambial programado para esta quarta-feira. Nos últimos quatro dias úteis, desde a última quinta-feira, o Banco Central vendeu US$ 12,7 bilhões em leilões cambiais, o maior volume desde março de 2021, durante a pandemia. Apesar disso, o dólar voltou a fechar em alta na última sessão, atingindo a máxima histórica em relação ao real, cotado a R$ 6,0961.

Às 9h54, o dólar à vista apresentava uma alta de 0,62%, sendo negociado a R$ 6,1327, enquanto o dólar para janeiro subia 0,41%, alcançando R$ 6,1365.

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