Banco Central realiza leilão de venda de até US$ 3 bilhões de dólares nesta quinta
Após alta de 2,78% no dólar, BC anuncia intervenção no mercado cambial para conter a volatilidade da moeda.
O Banco Central do Brasil (BC) confirmou, nesta quarta-feira, que realizará um leilão de venda de dólares à vista na manhã de quinta-feira, com uma oferta de até US$ 3 bilhões. A decisão foi tomada após o encerramento de um pregão em que a moeda americana disparou 2,78%, atingindo um novo recorde de R$ 6,2679.
A medida do BC vem na esteira de uma série de intervenções que ocorreram ao longo da semana, nas quais foram liberados mais de US$ 12,75 bilhões ao mercado, tanto em operações à vista quanto em leilões de linha, onde a autarquia empresta dólares com compromisso de recompra.
Durante o dia de hoje, o dólar chegou a ser cotado a R$ 6,2707, um recorde intradiário, o que gerou preocupações entre os investidores sobre a volatilidade da moeda e a necessidade de ações mais contundentes por parte do governo. O mercado financeiro está atento à tramitação do pacote fiscal proposto pelo governo no Congresso, que poderá impactar diretamente a confiança dos investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação do câmbio, afirmando que ele é flutuante e que existem possíveis movimentos especulativos influenciando a cotação. Ele destacou que o BC está atuando para controlar a situação, mas que a incerteza no cenário econômico ainda persiste.
Além disso, Haddad mencionou que o pacote fiscal em discussão no Congresso é crucial para estabilizar a moeda. “Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, há um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, disse o ministro.
Analistas do mercado financeiro expressam preocupação com a eficácia das medidas fiscais e a possibilidade de que a votação das propostas não ocorra a tempo de trazer alívio às pressões sobre o câmbio. “As medidas fiscais que devem ser aprovadas antes do Natal são muito pequenas e chegam muito tarde para aliviar os receios”, avaliou Bernd Berg, estrategista da InTouch Capital.
O cenário internacional também influencia a cotação do dólar, especialmente após o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, anunciar uma redução na taxa de juros. Essa medida pode impactar a valorização do dólar no mercado global, o que, por sua vez, afeta a moeda brasileira.
Com a expectativa de que o leilão de quinta-feira possa ajudar a conter a alta do dólar, o BC continua a monitorar de perto a situação do mercado cambial, buscando garantir a estabilidade econômica e a confiança dos investidores.
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