A moeda americana caiu 0,33%, cotada a R$ 6,24, enquanto investidores aguardam leilão do Banco Central.
19 de Dezembro de 2024 às 09h49

Dólar inicia o dia em queda após atingir recorde histórico na véspera

A moeda americana caiu 0,33%, cotada a R$ 6,24, enquanto investidores aguardam leilão do Banco Central.

O dólar iniciou a sessão desta quinta-feira (19) em leve queda, apresentando uma desvalorização de 0,33%, com a cotação a R$ 6,24. O recuo ocorre após a moeda americana ter fechado em um novo patamar histórico na véspera, a R$ 6,26, com um aumento de 2,82%, a maior elevação percentual desde novembro de 2022.

Os investidores permanecem atentos ao cenário econômico e fiscal do Brasil, especialmente em relação ao leilão de dólares que o Banco Central (BC) realizará ainda nesta manhã. Este será o quinto leilão da semana, onde a autarquia aceitará propostas de até 3 bilhões de dólares, com o objetivo de conter a alta da moeda.

A pressão sobre o real é resultado de uma combinação de fatores internos e externos. No cenário internacional, a recente decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos de cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual tem gerado incertezas no mercado. A expectativa é que essa medida possa influenciar a dinâmica cambial, especialmente em relação ao fluxo de capitais para o Brasil.

Além disso, a situação fiscal do país continua a ser uma preocupação central. O pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal está em discussão no Congresso, e há receios de que as medidas não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas. A desidratação de algumas propostas, como a alteração nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a exclusão de mudanças no reajuste do Fundo Constitucional do Distrito Federal, tem gerado apreensão entre os investidores.

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Os analistas apontam que a desvalorização do real em 2024, que já acumula uma queda de 21,52% até o momento, é um dos piores desempenhos da moeda brasileira em relação ao dólar nos últimos 25 anos. Essa situação é exacerbada por fatores como a incerteza política e as expectativas em torno das reformas fiscais.

Em meio a esse cenário, a expectativa é que o governo apresente novas medidas para reverter a percepção negativa do mercado. A aprovação do pacote de cortes de gastos é vista como crucial para acalmar os ânimos dos investidores, mas muitos acreditam que as ações até agora não são suficientes para conter a alta do dólar.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também reflete esse clima de incerteza. Após uma queda de 3,15% na véspera, o mercado aguarda a abertura das negociações para avaliar o impacto das novas informações econômicas e políticas.

Os próximos dias serão decisivos para o futuro econômico do Brasil, com os investidores de olho nas votações no Congresso e nas reações do mercado às decisões do Banco Central e do governo federal.

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