Após alcançar novo patamar histórico, moeda americana sofre queda com intervenções do BC no mercado cambial.
19 de Dezembro de 2024 às 13h52

Dólar atinge R$ 6,30, mas recua após leilões do Banco Central nesta quinta-feira

Após alcançar novo patamar histórico, moeda americana sofre queda com intervenções do BC no mercado cambial.

Nesta quinta-feira, 19 de dezembro, o mercado cambial brasileiro passou por intensas oscilações. O dólar comercial, que chegou a ser cotado a R$ 6,30 pela manhã, viu sua cotação desabar para R$ 6,17, uma queda de 1,55%, por volta das 11h30. O movimento de recuo foi impulsionado por intervenções do Banco Central (BC), que injetou um total de US$ 8 bilhões no mercado durante o dia.

A primeira ação do BC ocorreu logo pela manhã, quando foram oferecidos US$ 3 bilhões. No entanto, essa injeção inicial não teve o efeito esperado, e a moeda americana continuou sua escalada. Em resposta, o BC anunciou um segundo leilão, desta vez de US$ 5 bilhões, a maior venda de dólares no mercado à vista desde 1999. Essa medida visava conter a pressão sobre o real, que enfrentava um cenário de incertezas econômicas.

Nos últimos dias, o BC já havia realizado outras intervenções, totalizando cerca de US$ 5,7 bilhões em menos de uma semana. A sequência de leilões reflete a preocupação da autoridade monetária com a volatilidade da moeda americana, especialmente em um contexto de instabilidade fiscal e política no país.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação, afirmando que a taxa de câmbio do real é flutuante e, em algum momento, deve se estabilizar. Ele ressaltou a importância de observar os fundamentos econômicos e as expectativas do mercado, que indicam um cenário de melhora inflacionária.

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Além das intervenções do BC, o mercado também está atento às votações no Congresso Nacional, que podem influenciar a confiança dos investidores. Entre os temas em discussão estão a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o acesso ao abono salarial e as regras de reajuste do salário mínimo, além de outras medidas fiscais que visam conter o crescimento das despesas públicas.

Os leilões de dólares são operações fundamentais para garantir a liquidez no mercado cambial, especialmente em momentos de alta da moeda americana. A atuação do BC é vista como uma tentativa de estabilizar a cotação do real e evitar uma desvalorização excessiva, que poderia impactar a inflação e a economia como um todo.

Analistas do mercado financeiro destacam que a questão fiscal é crucial para a estabilização do dólar. A percepção de uma trajetória fiscal sustentável é essencial para restaurar a confiança dos investidores e evitar especulações que possam pressionar ainda mais a moeda americana.

Com o dólar operando em níveis elevados, a expectativa é que o BC continue a monitorar a situação e, se necessário, realize novas intervenções para garantir a estabilidade do mercado cambial. O cenário atual exige atenção redobrada, pois a combinação de incertezas políticas e fiscais pode gerar volatilidade nos próximos dias.

Enquanto isso, o governo corre contra o tempo para aprovar as propostas fiscais antes do recesso de fim de ano do Congresso, uma vez que a aprovação dessas medidas é vista como vital para a recuperação da confiança no mercado e a estabilização da economia brasileira.

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