Banco Central realiza novos leilões de até US$ 7 bilhões nesta sexta-feira para conter câmbio
Com o objetivo de estabilizar a moeda, o Banco Central promove leilões de até US$ 7 bilhões nesta sexta-feira, após forte alta do dólar.
O Banco Central do Brasil anunciou a realização de novos leilões de dólares nesta sexta-feira, 20 de dezembro, com um total de até US$ 7 bilhões, como parte de suas ações para conter a alta do câmbio. A medida ocorre em um contexto em que a moeda norte-americana apresentou uma significativa valorização, atingindo R$ 6,30 na quinta-feira, 19 de dezembro.
Até o momento, a autoridade monetária já havia vendido cerca de US$ 20,8 bilhões em leilões à vista e de linha, sendo que no primeiro tipo de leilão não há exigência de recompra da moeda, enquanto no segundo, o Banco Central se compromete a recomprar os dólares em uma data futura. Essa estratégia é utilizada para intervenções pontuais no mercado de câmbio, sem alterar as reservas internacionais do país, uma vez que os recursos são repostos posteriormente.
Na manhã de hoje, o primeiro leilão será à vista, com um valor máximo de US$ 3 bilhões. Em seguida, o Banco Central realizará dois leilões de linha, totalizando US$ 4 bilhões. As propostas para o leilão A, da categoria linha, serão aceitas entre 10h20 e 10h25, com recompra marcada para 2 de julho de 2025. Já no leilão B, as propostas devem ser enviadas das 10h40 às 10h45, com recompra prevista para 2 de outubro do próximo ano.
Essas intervenções são consideradas as maiores desde 1999, quando o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante. Na quinta-feira, o Banco Central realizou leilões à vista que totalizaram US$ 8 bilhões, levando a moeda americana a fechar o dia cotada a R$ 6,30. O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assumirá o cargo em janeiro de 2025, afirmou que não vê um “ataque especulativo” contra o real neste momento, apesar da escalada do dólar.
Além das intervenções no câmbio, o mercado financeiro também está atento às propostas de corte de gastos do governo federal, que estão sendo discutidas no Congresso Nacional. O objetivo é economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, há preocupações sobre a eficácia dessas medidas em equilibrar as contas públicas e conter o avanço das despesas governamentais.
Os investidores estão monitorando de perto a tramitação dos projetos, uma vez que há um temor de que as medidas anunciadas não sejam suficientes para estabilizar a economia. A expectativa é de que a aprovação do pacote de cortes ajude a acalmar os ânimos do mercado, mas muitos analistas acreditam que isso não será suficiente para derrubar o dólar.
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